Divulgação - Ag. Pará
No cosmopolita mosaico amazônico, o conhecimento é ao mesmo tempo recurso e alavanca para o futuro. E é nesse ponto que ganha força o protagonismo da Fapespa – Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas: em 2025, sua estratégia convergiu para posicionar o Pará como polo de ciência, inovação e desenvolvimento sustentável.
Ao celebrar o Dia Mundial da Ciência e Tecnologia, a Fapespa destacou que seu esforço recente não se reduz à execução de editais e bolsas. A ambição é mais ampla: forjar uma ponte consolidada entre o universo acadêmico, a sociedade e o aparato estatal. Dentro dessa visão, a Fundação intensificou alianças nacionais e internacionais.
No âmbito internacional, a mobilização para adesão ao Horizon Europe, principal programa de financiamento à pesquisa da União Europeia, foi uma das apostas. Ao promover um workshop na UEPA (Universidade do Estado do Pará), a Fapespa orientou pesquisadores a acessar editais internacionais e a participar de redes globais. Em consonância, firmou convênios com o British Council Brasil para operar o programa Global Climate Skills – Seeds for Transitions na região amazônica, capacitando jovens para temas de mudança climática.
Outra ponte foi o Connect Amazônia 2025, em parceria com a University of Birmingham (Reino Unido): trata-se de uma chamada colaborativa para projetos entre pesquisadores paraenses e britânicos, cujos temas estratégicos incluem biodiversidade, mudanças climáticas e bioeconomia. Esse tipo de parceria bilítere fortalece o intercâmbio científico e amplia a capilaridade internacional da pesquisa amazônica. A chamada pública foi divulgada pela própria Fapespa.
A presença da instituição em fóruns e conferências relevantes também soma visibilidade e influência. A participação no Fórum Nacional do Confap reforçou articulações entre fundações estaduais e órgãos federais. No palco internacional, eventos como o Encontro de Prospectiva em Portugal e o Science and Technology for Society Forum (STS), no Japão, foram oportunidades de posicionamento global para a ciência amazônica.
Mas não apenas na diplomacia científica está o esforço da Fapespa: internamente, ela investe no fortalecimento estratégico das informações. A mais recente inovação é o PIB Trimestral do Pará, que reduz a lacuna temporal na produção de estatísticas econômicas do estado. Em paralelo, a publicação “Pará em Números” e o “Radar de Indicadores” alimentam gestores municipais e estaduais com bases analíticas para decisões mais conscientes.
No domínio dos recursos humanos, a Fapespa manteve seu compromisso com bolsas em diversos níveis – da iniciação científica ao doutorado –, por meio de editais internos e parcerias com CNPq, Capes e Finep. Essa política fortalece não apenas indivíduos, mas estruturas de pesquisa regional.
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A inovação empreendedora foi outro eixo estratégico. Por meio do programa Centelha, executado pela Fapespa no Pará, ideias promissoras de startups são convertidas em projetos sustentáveis com apoio financeiro e técnico. Já o Tecnova III, em parceria com a Finep, apoia empresas paraenses com recursos voltados à inovação tecnológica. Juntos, esses programas expressam a ambição de que o conhecimento científico reverbere em impacto social e econômico.
No eixo da bioeconomia, a Fapespa consolidou a chamada Rede Pará de Contas Regionais e Bioeconomia, com apoio de universidades como UFPA, UFopa e Unifesspa, para mapear as cadeias produtivas amazônicas (açaí, castanha, óleos vegetais etc.). A rede pretende gerar novos indicadores regionais com metodologia alinhada ao IBGE e à ONU. Os resultados concretos já vêm sendo mensurados: um estudo do WRI Brasil estimou que fortalecer 13 cadeias produtivas amazônicas poderia gerar R$ 816 milhões para o PIB do Pará, 6.600 empregos e R$ 44 milhões a mais de arrecadação fiscal, com cerca de R$ 720 milhões de investimentos.
Outro destaque é o apoio ao cultivo científico do camarão-da-Amazônia, por meio da “Rede de Inovação e Transferência de Tecnologia para Produção Sustentável do Camarão-da-Amazônia”, que integra projetos estaduais e federais e utiliza ferramentas avançadas de biologia e nutrição de organismos aquáticos. No Pará, esse trabalho é fomentado pela Fapespa dentro da Iniciativa Amazônia+10.
Os resultados financeiros e quantitativos confirmam o vigor da estratégia. Em 2023, a Fapespa investiu R$ 11,3 milhões em 42 projetos alinhados ao plano de bioeconomia estadual; atualmente, 91 projetos estão em execução, com investimento acumulado de R$ 15,6 milhões nos últimos três anos. O orçamento previsto para o Tecnova III é da ordem de R$ 12,6 milhões. Ainda, dentro da Iniciativa Amazônia +10, feita por 25 fundações estaduais de amparo à pesquisa, a Fapespa é destacada como aquela com maior número de projetos aprovados.
Olhando para 2026, a Fapespa projeta expandir sua influência: pretende aumentar o número de parcerias internacionais, elevar a participação de instituições paraenses em editais competitivos e consolidar a integração entre ciência e desenvolvimento regional. Para sua presidência, a ciência é ferramenta essencial para guiar políticas e assegurar que o conhecimento produzido na Amazônia gere impacto social e transformação territorial.
Em suma, 2025 aparece como ano de aceleração para a Fapespa: não mais reservada ao financiamento acadêmico, a Fundação se posiciona como protagonista no planejamento estadual e agente articulador entre ciência, inovação e sociedade. O desafio futuro será sustentar esse impulso, aprofundar convergências entre os atores regionais e garantir que a Amazônia – ainda tantas vezes vista como fronteira – consolide-se como epicentro de produção de conhecimento, tecnologia e caminhos sustentáveis para o Brasil e o mundo.
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