Imagens: People's Palace Projects e Manuel Arroyo-Kalin
Um estudo inovador realizado pela arqueóloga Daiana Travassos Alves, professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), traz à tona antigas práticas de manejo do solo na Amazônia que contribuem para a fertilidade e biodiversidade da floresta.
A pesquisa, intitulada ‘Manejo de Plantas nas Terras Pretas do Baixo Tapajós’, explora as práticas ancestrais de policultura agroflorestal, reforçando a presença indígena na gestão sustentável da floresta. O projeto foi premiado na categoria Impacto Social da Brazil Conference at Harvard & MIT, realizada nos Estados Unidos em abril.
O trabalho de Daiana Alves investiga a relação entre a territorialidade ancestral e a preservação da fertilidade do solo, apontando como as comunidades indígenas, ao longo dos séculos, desenvolveram técnicas eficazes de manejo de plantas. A pesquisa, conduzida na Floresta Nacional (Flona) do Tapajós, no oeste do Pará, focou na arqueobotânica, área que estuda os vestígios de plantas para compreender interações humanas com o ambiente ao longo do tempo.
De acordo com Alves, as atividades devolutivas do estudo incluíram materiais educativos solicitados pela comunidade local, como banners e calendários, utilizados para promover o turismo ecoarqueológico e a educação escolar sobre o legado indígena na floresta.
A premiação na Brazil Conference at Harvard & MIT, um evento que reúne cientistas, acadêmicos e líderes sociais para debater temas estratégicos para o Brasil, impulsiona o reconhecimento da arqueologia colaborativa desenvolvida por Daiana Alves. O evento, realizado desde 2015, é organizado por estudantes brasileiros em Harvard e MIT, destacando pesquisas de impacto social e científico.
Para a arqueóloga, o prêmio representa uma conquista não só para a ciência nacional, mas também para as comunidades tradicionais da Amazônia, que veem suas práticas valorizadas e integradas a discussões globais. ‘Espero que essa visibilidade contribua para incentivar o turismo ecoarqueológico na Flona Tapajós, beneficiando diretamente as populações locais’, afirma Alves.
Graduada em História e doutora em Arqueologia, Daiana Alves tem ampla experiência no estudo das interações entre comunidades indígenas e o meio ambiente. Sua atuação na Amazônia é marcada pela abordagem colaborativa, que integra pesquisa acadêmica com o envolvimento ativo das comunidades locais. Um exemplo dessa abordagem é o projeto no Sítio Sambaqui Jacarequara, na Ilha de Trambioca, onde crianças e moradores participam das escavações arqueológicas, fortalecendo a ligação entre conhecimento científico e saberes tradicionais.
O trabalho da Dra. Daiana Alves destaca a importância do reconhecimento de práticas tradicionais na Amazônia como parte integrante da identidade cultural e da preservação ambiental. Para os organizadores da Brazil Conference, a premiação da arqueóloga reforça o compromisso com abordagens científicas colaborativas e socialmente relevantes.
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