Fonte: Vivalá
As florestas tropicais da América estão passando por mudanças em resposta ao aquecimento global, mas em um ritmo que preocupa cientistas.
Alterações em características funcionais das árvores, como perda de folhas na estação seca ou mudanças na estrutura das folhas, indicam tentativas de adaptação. No entanto, essas transformações ainda são tímidas diante da velocidade com que o clima está mudando.
Essa é a principal conclusão do estudo “Tropical forests in the Americas are changing too slowly to track climate change”, publicado em março de 2025 na revista Science. A pesquisa, feita ao longo de mais de quatro décadas (1980–2021), envolveu 415 áreas de floresta tropical no continente americano, do México ao sul do Brasil. A Universidade Federal de Lavras (UFLA) contribuiu com dados de 85 áreas monitoradas em Minas Gerais.
O estudo dividiu as análises entre dois tipos de floresta: as de planície (até 700 metros de altitude) e as de montanha (acima dessa faixa). Também foram observados três grupos de árvores: sobreviventes, recrutas (novas árvores que cresceram o suficiente entre dois censos) e mortas. Essa separação permitiu entender melhor como diferentes grupos de plantas respondem às mudanças ambientais.
Nas planícies, os sinais de adaptação foram mais visíveis, principalmente entre as árvores recrutas. Já nas florestas montanhosas, as alterações foram mais suaves, com pequenos aumentos na presença de espécies decíduas (que perdem folhas) e em nutrientes como carbono e fósforo nas folhas.
Entre os traços funcionais analisados estavam fotossíntese, teor de nutrientes nas folhas, densidade da madeira, massa de sementes e altura das árvores. Em florestas de planície, houve um aumento da fotossíntese e da presença de espécies decíduas, além de folhas menores e mais finas, mudanças que podem ajudar as plantas a lidar com calor e seca.
Entretanto, entre as espécies mais jovens (recrutas), observou-se uma redução na presença de espécies decíduas, além de menor densidade da madeira e queda nos níveis de carbono e nitrogênio nas folhas. Isso sugere que, embora o crescimento inicial esteja acontecendo, essas novas árvores podem ser mais frágeis frente a estresses ambientais, como ventos fortes e longos períodos de estiagem.
Os dados revelam que as árvores jovens estão acompanhando apenas 22% das mudanças esperadas para se adequar ao novo clima. Já as árvores sobreviventes respondem a menos de 8% da taxa ideal. O professor Rubens Santos, da UFLA, alerta que essa lentidão pode ter consequências severas para o equilíbrio ecológico.
Segundo ele, o desequilíbrio na composição das florestas — com a substituição de espécies tradicionais por outras menos comuns — pode afetar serviços ecológicos como a polinização, dispersão de sementes e regulação do clima. “Mesmo que algumas espécies novas consigam crescer, a floresta não será mais a mesma. Isso muda o funcionamento do ecossistema como um todo”, explica.
O estudo também reforça que essas alterações podem causar um efeito cascata na biodiversidade, atingindo insetos polinizadores, aves frugívoras e outros organismos. O risco é de que as florestas percam parte de sua funcionalidade ecológica, com impacto direto na agricultura, no abastecimento de água e na estabilidade climática regional.
Enquanto isso, as mudanças climáticas seguem em ritmo acelerado, tornando urgente a adoção de estratégias para reduzir os impactos no meio ambiente. O trabalho mostra que compreender e monitorar as respostas das florestas é fundamental para mitigar danos futuros e orientar políticas de conservação mais eficazes.
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