Localizado nas margens do rio Guaporé, no município de Costa Marques, Rondônia, o Forte Real Príncipe da Beira é um dos mais importantes patrimônios históricos do Brasil e um dos maiores legados da engenharia militar portuguesa em território nacional. Embora afastado das rotas principais, o monumento ainda atrai turistas e curiosos que enfrentam longas distâncias pela BR-429, que liga Presidente Médici a Costa Marques.
A construção do Forte foi motivada por questões geopolíticas e de defesa, em um período de disputas entre as coroas portuguesa e espanhola pela posse de territórios sul-americanos. Após a destruição do Forte de Nossa Senhora da Conceição por uma enchente em 1771, o então Governador da Capitania de Mato Grosso, Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, decidiu erguer uma nova fortificação mais segura. Para isso, contou com o engenheiro italiano Domingos Sambuceti, que já havia colaborado em diversas construções militares na Amazônia.
Em 1773, após explorar a região, Sambuceti e o governador escolheram um ponto estratégico na margem direita do Guaporé, dois quilômetros abaixo da antiga estrutura destruída. O projeto do novo forte seguiu o estilo Vauban, inspirado no arquiteto militar francês do século XVII, com planta quadrangular, baluartes em cada canto e muralhas de pedra lavada. A pedra fundamental foi lançada em 20 de junho de 1776 e a obra foi concluída sete anos depois, em 20 de agosto de 1783.
A grandiosidade do projeto exigiu grande esforço e sacrifício. A construção envolveu mão de obra composta por brancos, indígenas e pessoas escravizadas, e resultou na morte de centenas de trabalhadores, principalmente por doenças como a malária. O próprio engenheiro Sambuceti foi uma das vítimas da enfermidade, sendo sucedido na direção da obra pelo Capitão de Engenheiros Ricardo Franco de Almeida Serra.
O Forte foi edificado sobre a Serra dos Parecis, com seus baluartes dedicados a santos católicos: Nossa Senhora da Conceição, Santa Bárbara, Santo Antônio de Pádua e São José Avelino. No interior do terrapleno, foram construídos quatorze edifícios, entre quartéis, hospital, capela, armazéns, cisterna, paiol subterrâneo e a residência do governador. Sua entrada principal possuía uma ponte levadiça sobre um fosso seco, protegida por um revelim.
Com o tempo e a consolidação da presença portuguesa na região, o Forte perdeu sua função estratégica original. Gradualmente abandonado, o monumento foi sendo tomado pela vegetação, e sua estrutura ameaçada pela ação do tempo. Em 1913, o Almirante José Carlos de Carvalho liderou uma expedição que resultou na transferência de peças do Forte para o Museu Nacional do Rio de Janeiro e o monumento foi colocado sob responsabilidade do Estado de Mato Grosso.
Em 1914, o Marechal Cândido Rondon também visitou o local e ordenou uma limpeza emergencial na área. Contudo, somente em 1930 o Exército brasileiro voltou a marcar presença efetiva no Forte. O reconhecimento oficial do seu valor histórico veio em 1950, com o tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), garantindo a preservação dessa joia arquitetônica da história militar brasileira.
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