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Foto de urso polar no Ártico com plástico na boca deflagra poluição ambiental

Foto de urso-polar com plástico na boca

Uma imagem impactante de um urso-polar com plástico preso em sua mandíbula, capturada no remoto Ártico, foi selecionada para o prêmio de Fotógrafo do Ano dos Oceanos de 2024. A fotografia, tirada na Ilha Kiepert, no arquipélago de Svalbard, na Noruega, pela fotógrafa naturalista Celia Kujala, serve como “um lembrete severo de que nem mesmo as regiões inabitadas do Ártico estão isentas do alcance generalizado da poluição por plástico”, escreveram os representantes do concurso em uma declaração enviada por e-mail ao Live Science.

A foto foi selecionada na categoria de Fotógrafo do Ano de Conservação dos Oceanos (Impacto), que também inclui imagens de uma baleia-fin morta aguardando para ser retalhada em uma instalação na Islândia, barbatanas de tubarão secando em um telhado na Indonésia e um ganso-patola, uma grande ave marinha branca com cabeça amarelada, preso em redes de pesca descartadas penduradas em um penhasco.

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A fotografia do urso-polar (Ursus maritimus) destaca a escala da poluição por plástico no Ártico e o impacto que isso tem nas espécies regionais. Considerados vulneráveis pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza, os ursos-polares enfrentam múltiplas ameaças. Um estudo de 2016 prevê que sua população cairá 30% até meados deste século.

A principal ameaça é a mudança climática, que reduz o gelo marinho, fundamental para a caça. No entanto, o plástico está agravando o problema. Os ursos-polares estão cada vez mais recorrendo a aterros sanitários em busca de comida. Uma análise do conteúdo estomacal de ursos-polares da população do Mar de Beaufort, ao sul do Alasca e Canadá, revelou que 28% continham plástico. Metade dos ursos que haviam ingerido plástico também apresentavam gastrite aguda, o que pode causar bloqueios dolorosos no sistema digestivo.

“Não há dados suficientes para obter um quadro claro, mas é provável que os ursos sejam mais propensos a ingerir plástico quando encontram lixo humano ao procurar comida na costa”, disse John Whiteman, cientista-chefe de pesquisa da Polar Bears International e professor assistente de biologia na Old Dominion University, na Virgínia, por e-mail ao Live Science.

“A perda de gelo marinho e o consequente aumento do tempo que passam em terra tornam cada vez mais importante encontrar maneiras seguras e de longo prazo para gerenciar o lixo, uma questão que várias comunidades do Ártico já enfrentaram com sucesso”, acrescentou.

Os vencedores do prêmio Fotógrafo do Ano dos Oceanos de 2024, apresentado pela Oceanographic Magazine e Blancpain, serão anunciados em 12 de setembro.

Fonte: Live Science

Redação Revista Amazônia

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