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Galinhas “aposentadas” revitalizam olivais e aumentam produção em Chipre

Agricultores orgânicos do Chipre estão inovando na agricultura sustentável ao integrar galinhas poedeiras aposentadas aos seus olivais. Em um projeto-piloto promissor, centenas dessas aves foram salvas do abate e agora circulam livremente entre oliveiras no bosque Akaki Grove, uma plantação certificada organicamente localizada nas encostas verdes das montanhas Troodos, a oeste de Nicósia.

Galinhas viram aliadas naturais da produção de azeite

A iniciativa, batizada de Projeto Kot-Kot, é liderada pela agricultora Elena Christoforos e pelo engenheiro de solos Nicolas Netien. A ideia é simples e sustentável: alimentar as galinhas com resíduos alimentares doados por escolas e moradores locais, e em troca, elas fornecem adubo natural para as oliveiras.

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“Damos um lar para galinhas velhas, elas vêm para cá e se aposentam”, explicou Christoforos, cercada pelas aves enquanto despejava restos de alimentos doados por estudantes.

Fertilização natural e controle de pragas

As galinhas não apenas fertilizam o solo com seus excrementos, como também atuam no controle de pragas. Elas bicam larvas da temida mosca-da-azeitona, uma das principais pragas que afetam plantações no Mediterrâneo, e ainda ajudam na remoção de ervas daninhas do solo.

Além disso, ao serem alimentadas com restos orgânicos, ajudam a reduzir o volume de resíduos que iriam para aterros, onde contribuiriam para a emissão de metano, um potente gás de efeito estufa.

Aposentadoria tranquila e produtiva

Apesar de pararem de botar ovos por volta dos dois anos de idade, as galinhas podem viver até 8 ou 10 anos, e no Akaki Grove, esse período é passado em um ambiente natural, contribuindo para um ecossistema mais equilibrado.

Olivais mais fortes e produtivos

Netien, que detém o recorde mundial de azeite com maior teor de polifenóis (compostos antioxidantes que combatem inflamações), afirma que desde a chegada das galinhas, houve uma melhoria significativa no crescimento e produtividade das oliveiras.

“O objetivo aqui é criar um ecossistema biodiverso e autossustentável, capaz de resistir a altas temperaturas e longos períodos de seca. Quando introduzimos animais no sistema — que consomem a cobertura do solo e devolvem matéria orgânica como fertilizante — isso acelera os ciclos naturais”, explica o engenheiro.

Redação Revista Amazônia

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