A Groenlândia, a maior ilha do mundo, permanece no centro de disputas estratégicas globais. Desde que o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs sua compra em 2019, a importância geopolítica e econômica do território cresceu exponencialmente, moldada por mudanças climáticas, disputas por recursos naturais e competições entre potências como Estados Unidos, China e Rússia.
Hoje, em 2025, o Ártico é um dos campos mais dinâmicos da política internacional, com a Groenlândia desempenhando um papel crítico. Abaixo, exploramos como o cenário evoluiu nos últimos anos e por que a Groenlândia continua sendo um ativo estratégico disputado.
As mudanças climáticas aceleradas tornaram o Ártico mais acessível do que nunca, desencadeando uma corrida por seus vastos recursos e rotas marítimas. A Groenlândia, com uma população de apenas 56 mil habitantes, abriga riquezas naturais que incluem terras raras, petróleo, gás natural, ouro, diamantes e urânio.
Além disso, o derretimento das geleiras tem revelado novas oportunidades econômicas e rotas marítimas estratégicas, como a Rota do Mar do Norte. Essa rota pode reduzir em até 40% o tempo de transporte entre a Europa e a Ásia, posicionando o Ártico como um ponto crítico para o comércio global.
A região do Ártico é cada vez mais vista como um tabuleiro de xadrez geopolítico, onde potências disputam influência e recursos.
Em 2024, Washington anunciou o envio de novos recursos para modernizar a Base Aérea de Thule, um ativo estratégico para o monitoramento de atividades russas e chinesas no Ártico.
Em 2023, um consórcio chinês tentou adquirir uma participação em uma mineradora local, mas o movimento foi bloqueado pelo governo dinamarquês, em cooperação com os EUA, citando preocupações de segurança nacional.
A proximidade da Groenlândia com o território russo a torna uma peça-chave nos planos de defesa dos EUA e seus aliados.
O degelo no Ártico, embora alarmante, também criou oportunidades econômicas para a Groenlândia. O turismo ártico cresceu 30% entre 2020 e 2024, atraindo aventureiros e ecoturistas para explorar as paisagens glaciais antes que elas desapareçam.
Além disso, a exploração de recursos minerais tornou-se mais viável. Em 2025, a Groenlândia fechou contratos com empresas europeias para a extração de terras raras, garantindo uma nova fonte de renda para o território autônomo.
No entanto, líderes locais enfrentam o desafio de equilibrar crescimento econômico com a preservação ambiental e cultural. A população inuit tem se mobilizado para proteger seus direitos e tradições, frequentemente em oposição a grandes projetos industriais.
As tensões na região do Ártico não mostram sinais de desaceleração. Em 2024, a OTAN lançou uma estratégia abrangente para o Ártico, que inclui exercícios militares conjuntos e cooperação com a Dinamarca e a Groenlândia.
Por outro lado, a China tem promovido sua Iniciativa Polar, parte de sua Nova Rota da Seda, buscando parcerias com nações árticas menores para expandir sua influência.
Essa competição aumentou a relevância da Groenlândia como um ponto focal de disputas globais.
Com o derretimento das calotas polares, a Groenlândia se encontra em uma posição única: ao mesmo tempo vulnerável às mudanças climáticas e estratégica para o futuro econômico e geopolítico do mundo.
A proposta de compra da Groenlândia por Donald Trump em 2019 foi amplamente ridicularizada, mas trouxe à tona uma verdade inegável: a Groenlândia é uma peça central no futuro do Ártico e, por extensão, na geopolítica global.
Agora, em 2025, o território se encontra em uma encruzilhada. À medida que potências como EUA, China e Rússia competem por influência, os líderes locais enfrentam decisões críticas que moldarão o futuro da ilha e de seus habitantes.
A Groenlândia não é apenas um território rico em recursos naturais; ela é um símbolo das complexas interseções entre mudança climática, desenvolvimento econômico e disputas estratégicas. O que acontecer nos próximos anos determinará não apenas o futuro da ilha, mas também o equilíbrio de poder em uma das regiões mais importantes do século XXI.
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