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IDH brasileiro retrocedeu 6 anos a partir da pandemia, diz PNUD

Baixo IDH

A crise sanitária provocada pela covid-19 reverberou globalmente, afetando desproporcionalmente a América Latina e, em particular, o IDH do Brasil. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o país regrediu ao patamar de desenvolvimento humano observado seis anos antes da pandemia, com uma queda de 22,5% no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM).

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Betina Barbosa, coordenadora de Desenvolvimento do PNUD, destaca a importância de analisar as três dimensões do desenvolvimento humano – longevidade, renda e educação – para entender a regressão multidimensional. O Brasil perdeu uma década de avanços em longevidade e renda, além de dois anos em educação.

Desigualdades Acentuadas

O estudo revela que a pandemia exacerbou as desigualdades existentes, afetando principalmente as mulheres negras, que lideram 27% dos lares brasileiros. Esses lares, apesar de abrigarem uma parcela significativa da população e das crianças e jovens, detêm apenas 16% do rendimento total do país. A projeção indica que negros e pardos, já maioria no Norte, serão predominantes no futuro demográfico do Brasil. Nesse contexto, o PNUD recomenda políticas públicas que promovam educação, saúde e renda, com ênfase em raça e gênero.

A ministra Esther Dweck, da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, enfatiza a importância do estudo para a formulação de políticas que combatam as desigualdades, respeitando a diversidade do país.

Contrastes Regionais e Respostas à Pandemia

Curiosamente, o relatório aponta que o desenvolvimento humano nos estados não se traduziu em menores taxas de mortalidade durante a pandemia. Estados como Rio de Janeiro e Paraná, além do Distrito Federal, lideraram em número de mortes, enquanto o Maranhão, com o menor IDH, registrou uma taxa de mortalidade tão reduzida que, se aplicada nacionalmente, poderia ter cortado pela metade as mortes no Brasil entre 2020 e 2021. Esse resultado é atribuído às 487 medidas de combate à covid-19 implementadas pelo estado do Maranhão, em colaboração com outras unidades federativas.

Conclusão

A pandemia evidenciou a urgência de políticas públicas inclusivas e adaptativas que possam mitigar os impactos em momentos de crise e promover um desenvolvimento humano equitativo. O relatório do PNUD serve como um chamado à ação para repensar estratégias que priorizem a igualdade e a diversidade na reconstrução do tecido social e econômico do Brasil.

Redação Revista Amazônia

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