Luiz Lessa (Banco da Amazônia) é cotado para assumir presidência do Banco do Brasil

As movimentações nos bastidores do governo federal indicam que uma nova mudança pode acontecer no comando do Banco do Brasil (BB). Fontes próximas ao Palácio do Planalto apontam que a atual presidente da instituição, Tarciana Medeiros, poderá ser substituída em breve.

A troca está sendo articulada como parte de uma negociação política para atender aos interesses do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil – AP), figura influente na atual configuração do Congresso. O nome mais cotado para assumir o comando do banco público é Luiz Lessa, atual presidente do Banco da Amazônia, onde está desde junho de 2023. A decisão final, no entanto, cabe exclusivamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Trajetória de Lessa: de menor aprendiz ao topo da carreira

Luiz Lessa iniciou sua trajetória profissional no próprio Banco do Brasil, aos 14 anos, como menor aprendiz. Com quase quatro décadas de atuação no setor financeiro, Lessa é visto internamente como um técnico experiente, com foco em resultados e sólida articulação política, especialmente com lideranças da região Norte.

Desde sua nomeação para o Banco da Amazônia, Lessa tem estreitado laços com parlamentares e lideranças políticas da região, o que fortalece sua candidatura ao cargo de CEO do BB.

Formação sólida e experiência no setor financeiro

Graduado em Ciências Contábeis, Luiz Lessa possui MBA em Finanças pelo IBMEC-RJ e especialização em Finanças para Desenvolvimento de Negócios pela FGV. Ao longo de sua carreira, ocupou posições estratégicas no Banco do Brasil e em suas subsidiárias, como a Previ, o maior fundo de pensão da América Latina, além do Banco do Brasil Américas, onde liderou áreas como varejo e canais de distribuição.

Lessa também participou de projetos de grande porte em segmentos variados, como energia, crédito, marketing digital, planejamento estratégico, desenvolvimento de pessoas e transformação digital.

Perfil internacional e atuação em conselhos

Além das funções executivas, Lessa atuou como conselheiro de administração em empresas do setor elétrico como Rio Grande Energia, Celpe, Coelba e Neoenergia. Também integrou a diretoria da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (Flórida) e da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Coreia, reforçando seu perfil com visão internacional.

Denísio Liberato também surge como opção para o cargo

Outro nome cotado para substituir Tarciana Medeiros é o de Denísio Liberato, atual presidente da BB Asset, a maior gestora de recursos do país, com R$ 1,8 trilhão sob gestão. Ele assumiu o posto em 2023 a convite da própria Tarciana, após passagens por cargos estratégicos na Previ e em várias diretorias do Banco do Brasil.

Liberato é economista pela Universidade Federal de Viçosa, mestre e doutor em Economia pela FGV, e tem 23 anos de carreira no BB, com forte atuação nas áreas de investimentos, finanças e mercado de capitais.

Disputa entre perfis técnicos e acordos políticos

A possível troca na presidência do BB reflete não apenas o jogo de forças político-partidário, mas também o peso de trajetórias técnicas robustas. Tanto Lessa quanto Liberato reúnem experiência e qualificação, embora a escolha final também esteja atrelada ao contexto político que cerca o governo federal e suas alianças no Congresso.

Decisão deve sair nas próximas semanas

Apesar da expectativa em torno do nome de Luiz Lessa, a confirmação oficial depende de decisão direta do presidente Lula, que avalia tanto os aspectos técnicos quanto o impacto político da mudança. A definição do novo CEO do Banco do Brasil pode ocorrer ainda nas próximas semanas, e marcará um novo capítulo na gestão da principal instituição financeira pública do país.