Imagine transformar uma terra degradada em um viveiro de produtividade e sustentabilidade. Foi exatamente isso que aconteceu em Amapá do Maranhão, uma região no Alto Turí/Gurupi que hoje colhe os frutos de um trabalho inovador liderado pela Embrapa Cocais (MA). O protagonista dessa história? O manejo sustentável de açaizais nativos em terras altas.
“Antes, muitos agricultores simplesmente desistiam dos açaizais degradados e transformavam tudo em pastagem. Hoje, com o manejo, a realidade mudou completamente”, conta o agricultor familiar Lauro Paiva. Ele foi um dos primeiros a adotar a técnica e se tornou referência na região, ajudando outros produtores a fazerem o mesmo.
Os açaizais nativos da região estavam em declínio há anos. A combinação de exploração madeireira, avanço das pastagens e falta de manejo levou a uma queda drástica na produtividade das palmeiras. Isso coincidiu com o aumento da demanda por açaí, especialmente durante a entressafra do Pará, quando os preços disparavam.
Foi então que a Embrapa Cocais entrou em cena. Com o apoio de produtores locais e das secretarias de agricultura, eles instalaram uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) para o manejo de açaizais. Esse centro não só ajudou a recuperar a produtividade, mas também trouxe capacitação para dezenas de agricultores.
“O manejo é como uma nova forma de ver a terra. Você limpa, organiza e planeja. O resultado vem rápido”, explica Paiva, que ampliou sua área manejada de 0,25 hectare para 7 hectares.
Na URT, os agricultores aprendem passo a passo como transformar seus açaizais. A técnica inclui limpeza do terreno, inventário de espécies e planos de manejo detalhados. O objetivo é simples: aumentar a produtividade sem comprometer o meio ambiente.
Além disso, o projeto também tem um forte componente ambiental. Um viveiro de mudas foi construído na área manejada, capaz de produzir cerca de 4 mil mudas de espécies florestais nativas. Essas mudas ajudam a proteger as bordas das áreas manejadas e promovem a restauração ambiental.
Nada disso seria possível sem a colaboração entre os agricultores e a equipe da Embrapa. Desde a escolha da área para a URT até as capacitações, tudo foi feito de forma participativa.
“Os produtores são parte fundamental do projeto. Eles trazem o conhecimento local, e nós oferecemos a técnica. Essa combinação é o que faz tudo funcionar”, afirma o pesquisador José Mário Frazão.
E os números comprovam o sucesso. Além do aumento na produtividade, os agricultores estão vendo novas fontes de renda e mais segurança alimentar. A URT também inspirou outras regiões do Maranhão a adotarem práticas semelhantes.
A expectativa é que essa iniciativa não apenas gere renda, mas também sirva como base para estudos científicos e a expansão do manejo para outras regiões. Enquanto isso, agricultores como Lauro Paiva seguem mostrando que é possível unir sustentabilidade e produtividade.
Está no ar a nova edição da Revista Amazônia, com reportagens que iluminam um cenário…
Em meio às folhas verdes e úmidas das florestas tropicais, existe um anfíbio quase invisível…
Você andaria tranquilo por uma trilha se soubesse que há uma cobra ali, parada como…
Ele se alimenta de carniça, vive rondando lixões e é presença constante em estradas com…
Na Amazônia, todo mundo já ouviu que o boto-vermelho vira homem bonito em festas ribeirinhas…
É difícil ignorar o canto estridente de uma seriema ao longe — ele ecoa como…
This website uses cookies.