COP 30

Marinha e BNDES lançam força de resposta rápida a desastres ambientais

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Marinha do Brasil apresentaram, nesta quinta-feira (13), no Rio de Janeiro, o projeto piloto da Força de Resposta Imediata a Desastres Ambientais, uma iniciativa que promete transformar a capacidade brasileira de agir diante de tragédias climáticas.

A nova tropa, formada no âmbito do Corpo de Fuzileiros Navais, foi concebida para atuar em situações emergenciais, oferecendo auxílio humanitário, resgate e apoio logístico em regiões atingidas por desastres naturais. Com estrutura anfíbia e expedicionária, a força poderá ser mobilizada com rapidez em áreas de difícil acesso — desde comunidades isoladas na Amazônia até zonas costeiras ou urbanas afetadas por enchentes, deslizamentos e incêndios florestais.

Capacidade de resposta em um país vulnerável

O Brasil vive uma escalada de eventos extremos: secas prolongadas, chuvas torrenciais, ciclones e queimadas têm se tornado mais frequentes e destrutivos. Em meio a esse cenário, a criação de uma força permanente dedicada a operações humanitárias representa um salto estratégico na preparação nacional para crises ambientais.

Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o projeto simboliza um novo pacto entre desenvolvimento e proteção da vida. “O país precisa responder com eficiência e rapidez a eventos que colocam populações inteiras em risco. A parceria com a Marinha reforça o compromisso do banco com o desenvolvimento sustentável, a defesa da vida e a reconstrução verde de territórios afetados”, afirmou.

A iniciativa integra o esforço do governo federal de ampliar a cooperação entre instituições civis, militares e organismos internacionais em um momento em que a emergência climática exige respostas conjuntas.

Fonte: Agência Marinha de Notícias

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Cooperação internacional e visão estratégica

O lançamento do projeto aconteceu durante o Seminário Internacional de Operações Humanitárias e Resposta a Desastres, realizado no Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC), no Rio de Janeiro. O evento, promovido pelo Programa Pró-Defesa, reuniu especialistas brasileiros e estrangeiros para discutir estratégias de preparação e mitigação de crises humanitárias — com foco na integração entre ciência, defesa e políticas públicas.

Durante o encontro, foi assinada uma parceria entre a Marinha e o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UN OCHA), com o objetivo de aprimorar a cooperação em ações de resposta rápida no continente americano. O acordo busca fortalecer protocolos conjuntos de mobilização de recursos, logística e capacitação técnica em missões de socorro.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, que acompanhou o lançamento, ressaltou que a política de prevenção e resposta a desastres está diretamente ligada ao avanço científico e à inovação tecnológica. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), vinculado ao ministério, será um dos pilares técnicos do novo sistema, fornecendo dados em tempo real sobre riscos e cenários meteorológicos críticos.

Um novo paradigma de defesa e sustentabilidade

A Força de Resposta Imediata é parte de uma estratégia maior que pretende integrar planejamento climático, infraestrutura e segurança nacional. Ao combinar a expertise militar com a capacidade de financiamento do BNDES e a base científica do MCTI, o projeto cria uma rede de ação coordenada, voltada tanto à emergência quanto à reconstrução sustentável de comunidades atingidas.

Nos bastidores do seminário, especialistas destacaram que o modelo brasileiro poderá se tornar referência internacional em gestão integrada de desastres, especialmente em países com grandes extensões territoriais e diversidade ambiental, como o Brasil.

Mais do que uma tropa de resgate, a iniciativa é um símbolo de resiliência institucional diante de um novo tempo, em que a crise climática impõe desafios inéditos à logística, à infraestrutura e à solidariedade humana. A união entre forças armadas, agências de desenvolvimento e organismos multilaterais representa uma virada de chave na forma como o país encara os desastres: não apenas como tragédias inevitáveis, mas como fenômenos que exigem resposta, ciência e planejamento coletivo.

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