Um estudo recente publicado no JAMA Ophthalmology levantou preocupações sobre possíveis complicações oftalmológicas associadas ao uso dos medicamentos antidiabéticos semaglutida e tirzepatida. Embora um vínculo causal definitivo não tenha sido estabelecido, os pesquisadores sugerem que a rápida correção da hiperglicemia pode estar relacionada a essas complicações.
O estudo retrospectivo analisou nove pacientes com idade média de 57,4 anos (faixa etária: 37-77 anos), incluindo cinco mulheres e quatro homens. Os principais achados foram:
Algumas características atípicas foram observadas, como neuropatia óptica isquêmica sequencial e edema bilateral do disco óptico na apresentação inicial. Os pesquisadores levantaram a hipótese de que a correção rápida da hiperglicemia, e não a toxicidade direta dos medicamentos, pode estar associada às complicações visuais relatadas.
A pesquisa sugere que os efeitos dos medicamentos GLP-1 nos níveis de glicose podem influenciar a saúde ocular. A rápida diminuição da glicose no sangue pode levar a alterações no nervo óptico, causando inchaço e exacerbando doenças oculares preexistentes. Esse fenômeno pode ser explicado por um deslocamento osmótico, no qual a mudança repentina na glicemia provoca a redistribuição de fluidos entre os vasos sanguíneos e as células oculares.
Outras possíveis implicações incluem mudanças no formato da lente ocular, levando a visão turva, que geralmente se resolve conforme os níveis de açúcar no sangue se estabilizam. No entanto, essas alterações podem ser mais pronunciadas em pacientes idosos ou em indivíduos com retinopatia diabética.
A crescente prescrição de semaglutida e tirzepatida destaca a necessidade de atenção especial aos efeitos colaterais potenciais. Em 2023, aproximadamente 2% da população dos EUA utilizou semaglutida, com um aumento de 442% no número de prescrições entre 2021 e 2023. O aumento do uso desses medicamentos reforça a importância de um monitoramento rigoroso dos pacientes para detectar possíveis complicações oftalmológicas precocemente.
Médicos e oftalmologistas são incentivados a monitorar pacientes que relatem mudanças na visão após iniciarem o tratamento com medicamentos GLP-1. O encaminhamento precoce para exames oftalmológicos pode ser essencial para prevenir danos visuais irreversíveis.
Embora o estudo tenha identificado um possível vínculo entre medicamentos GLP-1 e complicações oculares, limitações metodológicas impedem a determinação de causalidade. A ausência de um grupo de controle e a dependência de dados retrospectivos destacam a necessidade de estudos prospectivos mais amplos para confirmar ou refutar essas associações.
Os pesquisadores sugerem que futuras investigações explorem a relação entre a velocidade da correção da glicose e os efeitos oculares, analisando se o ajuste gradual da glicemia pode mitigar os riscos oftalmológicos observados. Até que mais evidências sejam obtidas, recomenda-se cautela no uso desses medicamentos, especialmente entre pacientes com histórico de problemas oculares.
A crescente popularidade dos medicamentos GLP-1 para controle do diabetes e perda de peso exige uma compreensão mais aprofundada de seus impactos a longo prazo. A identificação precoce de potenciais efeitos colaterais pode garantir um uso mais seguro e eficaz dessas terapias, minimizando riscos para a saúde ocular dos pacientes.
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