Quem passa por Belém já sente no ar a expectativa: a cidade está se reinventando para receber a COP30, e um dos seus ícones culturais ganha um novo capítulo nessa história. O tradicional Mercado de São Brás está sendo repaginado com um projeto que tem alma amazônica. E o protagonista dessa transformação é um velho conhecido das águas da região: o pirarucu.
Durante uma visita técnica, Nalva Maia, que representa o Gosto da Amazônia em Belém e tem uma relação afetuosa com o pirarucu e tudo que ele representa, bateu um papo com Meira. “Ver um peixe que a gente cresceu vendo na mesa e nos lagos virando referência para um projeto tão lindo é de emocionar. É como se ele estivesse ganhando novas formas de contar a nossa história”, diz ela.
O projeto não economiza nos detalhes. As coberturas orgânicas lembram o couro do pirarucu, com estruturas alongadas que remetem ao seu corpo poderoso. São formas que respiram com a cidade, que acolhem o movimento, a troca, o encontro. O novo São Brás promete ser mais do que um mercado: vai ser um ponto de conexão entre quem vive a Amazônia e quem quer entendê-la de verdade.
E não para por aí. O manejo do pirarucu — prática desenvolvida por comunidades ribeirinhas e indígenas com apoio de organizações como a ASPROC — é um exemplo de como conservar e produzir podem andar juntos. Essas populações monitoram os lagos, respeitam os ciclos do peixe e garantem uma pesca legal, rastreável e cheia de significado. É a floresta em pé gerando renda e fortalecendo saberes.
Porque a Amazônia tem muito a ensinar. E o São Brás, agora com escamas e alma de pirarucu, é a prova viva disso.
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