Divulgação - EMATER
Um mutirão conduzido pela Emater levou documentação essencial a trinta famílias assentadas da reforma agrária no município de Senador José Porfírio, na região da Transamazônica. Foram entregues os cadastros nacionais da agricultura familiar, documentos que funcionam como chave de acesso às políticas públicas destinadas ao setor e que permitem que agricultores familiares ingressem em programas de crédito e incentivo produtivo.
A iniciativa foi organizada com apoio direto da Associação dos Agricultores Familiares do Projeto de Assentamento Lajes e da Agrovila Nova Canaã. As equipes da Emater, tanto do escritório local quanto da regional de Altamira, permaneceram no assentamento Lajes desde a madrugada para garantir que todos fossem atendidos.
A ação exigiu logística complexa. Para alcançar o chamado Polo II, onde se concentram as comunidades beneficiadas, as equipes precisaram percorrer um trajeto que atravessa três municípios — Anapu, Vitória do Xingu e Altamira — além da passagem de balsa sobre o rio Xingu. Somados, os deslocamentos chegam a quase 300 quilômetros.
Essa presença direta no campo é considerada fundamental para que comunidades geograficamente isoladas não fiquem à margem das políticas públicas.
Com o Caf em mãos, as famílias poderão acessar, já no início do próximo ano, linhas de crédito rural de até doze mil reais por beneficiário. Os projetos serão elaborados pela própria instituição, dentro do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado, em articulação com o Banco da Amazônia.
Nesse primeiro momento, o financiamento prioriza a cadeia produtiva do cacau, cultura de grande relevância econômica na região da Grande Assurini.
Segundo projeção das equipes técnicas, a demanda inicial pode alcançar cinquenta famílias apenas no Polo II, o que representa um potencial de injeção imediata de cerca de seiscentos mil reais nas atividades produtivas locais. Esse recurso tende a ampliar a circulação econômica nas comunidades e fortalecer arranjos produtivos já existentes.
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Para a coordenação regional da Emater, o mutirão simboliza mais do que a entrega de documentos. Representa a materialização da política pública na ponta, onde ela é mais necessária.
O supervisor regional, Júlio Albuquerque, destaca que a presença presencial da equipe em áreas remotas é decisiva: levar o Estado até o produtor rural, e não o contrário, reduz barreiras logísticas, simplifica processos e fortalece a autonomia dos agricultores.
Ele ressalta que ações como essa demonstram a importância da assistência técnica pública e contínua, capaz de transformar intenção em resultados reais para quem vive do trabalho na terra. É, segundo ele, uma forma de garantir que a política agrícola não fique restrita ao papel, mas chegue de maneira efetiva às famílias que sustentam a produção rural do estado.
Além da prestação de serviço, o mutirão também aproxima instituições, lideranças comunitárias e agricultores. O engajamento das associações locais evidencia o papel estratégico das organizações rurais na mobilização social e no acesso a direitos.
A participação ativa das comunidades não apenas facilita o atendimento, mas também reforça vínculos de cooperação entre produtores e órgãos estaduais.
Com a regularização concluída, o próximo ano deve marcar uma fase de ampliação da produção, especialmente da cacauicultura. O crédito promete dinamizar áreas já manejadas e estimular novas iniciativas, permitindo que famílias fortaleçam sua segurança econômica e ampliem a diversificação produtiva.
A ação consolida mais um passo na política de apoio à agricultura familiar e reafirma a relevância do trabalho técnico no campo. A expectativa é que novas etapas de documentação, planejamento e incentivo produtivo continuem ao longo de 2026, ampliando o impacto das políticas rurais na região
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