Energia

New Fortress Energy muda estratégia para contratos do Portocem

 

A New Fortress Energy (NFE) decidiu alterar seu plano inicial de dividir em dois novos projetos termelétricos – um em Barcarena (PA) e outro no Centro Sul – o contrato de reserva de capacidade da UTE Portocem (1,571 GW), originalmente planejado para Pecém (CE).

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Agora, a estratégia da empresa é transferir toda a capacidade do projeto Portocem para o complexo termelétrico que está sendo construído pela companhia no Pará. A NFE informou sobre a mudança de localização da UTE quando questionada pela epbr.

Os procedimentos junto à Aneel já estão em andamento. A New Fortress está ansiosa para obter a aprovação da Aneel para a mudança de localização do projeto Portocem.

A NFE está tentando finalizar a transferência até 31 de março, prazo final indicado pela Mitsubishi, contratada para iniciar a construção em Barcarena a tempo de garantir a entrada em operação comercial em julho de 2026.

Em outra ação, na quinta-feira (15/2), a empresa anunciou a conclusão da venda de sua participação de 20% na Energos Infrastructure para fundos geridos pela Apollo. Os recursos serão usados para pagamento de dívidas e investimentos.

Capacidade concentrada em Barcarena

Em janeiro, a NFE apresentou à equipe técnica da agência reguladora seus planos de construir 472 MW no Mato Grosso do Sul, dentro da área de influência do Terminal Gás Sul (TGS), de sua propriedade, em Santa Catarina.

O plano era aproveitar a existência de um projeto greenfield com licenciamento já avançado: a UTE Fronteira – que já possui licença prévia para instalação de até 665 MW.

O projeto foi qualificado em vários leilões de energia entre 2017 e 2022. Um dos benefícios da localização apontados pela NFE à Aneel era que o projeto já teria uma subestação localizada dentro do terreno, o que não exigiria a construção de uma linha de transmissão de interesse exclusivo.

O Mato Grosso do Sul é atravessado pelo Gasbol, gasoduto ao qual o TGS, da New Fortress, está conectado.

De acordo com os documentos na Aneel, a New Fortress argumentou que a divisão em dois projetos era a melhor alternativa para garantir a segurança elétrica em mais de um submercado (Norte e SE/CO). No entanto, segundo fontes, a NFE desistiu do plano após reuniões com técnicos da agência.

A NFE já tem uma área adjacente à UTE Novo Tempo Barcarena (630 MW) disponível para a construção do projeto Portocem. No formato original, de duas novas usinas, já previa 1,1 GW adicional no Pará.

A empresa tem um acordo com a Mitsubishi que garante a disponibilidade de turbinas e equipamentos para atender à data de operação comercial do contrato de Portocem.

Barcarena terá um terminal de regaseificação com capacidade para 15 milhões de m³/dia, viabilizado pelo leilão da térmica, na época, um projeto da Golar, que teve seus ativos comprados pela NFE.

Além da UTE Novo Tempo, que pode consumir até 2 milhões de m³/dia durante o contrato de 15 anos, a NFE tem contrato com a planta de alumina da Alunorte (Norsk Hydro), com 2,2 milhões de m³/dia.

New Fortress vende Energos para levantar recursos

Com a conclusão da venda de sua participação de 20% na Energos Infrastructure, a NFE sai da joint venture formada em 2022 com a Apollo, que controla uma frota de 13 navios de GNL, incluindo unidades flutuantes de regaseificação (FSRUs) e gaseiros. A sócia está assumindo a participação.

A NFE anunciou que usará as receitas da venda, cujo valor não foi divulgado, para pagamento de dívidas e investimentos em projetos downstream – sem especificá-los.

Fora do Brasil, a New Fortress também tem novos projetos de geração a gás em Porto Rico, México e Nicarágua.

A empresa continuará como cliente da Energos, com a qual possui contratos de afretamento de longo prazo de seis navios, incluindo as embarcações Energos Winter, que será utilizada no TGS, em Santa Catarina; e a Energos Celsius, do projeto em Barcarena, no Pará.

Redação Revista Amazônia

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