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O smartphone e os minérios

No dia 3 de abril de 1973, Martin Cooper, engenheiro da Motorola, fez história ao realizar a primeira chamada com um telefone celular, o DynaTAC 8000x, criado com a ajuda do engenheiro-chefe de projetos, John Mitchell. Esse marco na tecnologia pode ser comparado à invenção do telefone por Alexander Graham Bell, que revolucionou as comunicações em escala global. Até então, os telefones eram fixos, instalados em residências e escritórios, enquanto a Bell Labs trabalhava no desenvolvimento de um sistema de telefonia móvel para carros.

A demonstração inovadora de Cooper, ao ligar para Joel Engel, da Bell Labs, diretamente de um telefone portátil na calçada da Sexta Avenida, em Nova York, abriu caminho para a evolução tecnológica que culminaria no smartphone moderno. No Brasil, o telefone celular chegou em 1990, no Rio de Janeiro. O primeiro modelo pesava 1,1 kg, media 22,5 cm e custava cerca de US$ 4 mil, com autonomia de apenas 30 minutos e 10 horas de recarga. Desde então, os dispositivos se tornaram mais acessíveis, compactos e leves, integrando-se completamente ao cotidiano das pessoas.

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Com o passar dos anos, grandes marcas como Motorola, Nokia, BlackBerry e Apple marcaram a evolução do celular. Hoje, os smartphones fazem parte da vida moderna a ponto de parecerem indispensáveis. No entanto, poucos conhecem os minerais essenciais na produção desses dispositivos. Um estudo recente do USGS (United States Geological Survey), equivalente ao Serviço Geológico do Brasil (CPRM), destacou a importância dos minerais na fabricação de smartphones, desde o display até os circuitos eletrônicos, microfones e sistemas de vibração.

O uso de minerais é fundamental para o funcionamento de diversas partes do smartphone. Alguns exemplos incluem o gálio, utilizado em componentes eletrônicos, e a esfalerita, um mineral composto por sulfeto de zinco. O índio, um metal branco prateado, maleável e altamente dúctil, também é essencial. Outros minerais como a tetraedrita e a tennantita são importantes fontes de cobre, antimônio, prata e mercúrio, além de comporem ligas complexas.

O silício, extraído da sílica (areia), é um dos materiais mais comuns em componentes eletrônicos, enquanto o tântalo, extraído da tantalita, é crucial para a fabricação de capacitores. A wolframita, uma mistura de ferro e manganês, é outra matéria-prima valiosa, assim como o grafeno, derivado da grafita, que promete aumentar sua demanda em até 500% até 2050, segundo o USGS.

Além disso, minerais raros como espodumênio (rico em lítio) e bastnasita (composta de elementos como cério, lantânio e ítrio) desempenham papéis essenciais na produção de componentes tecnológicos sofisticados. Esses materiais garantem que os smartphones, que parecem tão simples no cotidiano, dependam de uma ampla gama de recursos minerais, muitos dos quais são raros e valiosos.

Assim, a mineração continua sendo uma parte essencial do desenvolvimento tecnológico, com seu impacto evidente até mesmo no dispositivo mais comum e útil da vida moderna: o smartphone.

Geólogo Alberto Rogério Benedito da Silva

Redação Revista Amazônia

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