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Ferramenta digital mede andamento do Plano de Transformação Ecológica e deve ajudar a atrair investimentos verdes
O governo federal deu mais um passo na tentativa de transformar o discurso sobre sustentabilidade em prática concreta. Nesta quinta-feira (28), o Ministério da Fazenda lançou um painel digital de monitoramento do Plano de Transformação Ecológica, desenvolvido em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A plataforma tem como objetivo acompanhar, com dados abertos e atualizados, a implementação das ações do plano em seis áreas consideradas centrais para o desenvolvimento sustentável do país:
Segundo os números divulgados, 64% das ações previstas já foram implementadas, enquanto 36% estão em andamento.
Entre as áreas, a de finanças sustentáveis é a mais adiantada, com 77% dos objetivos concluídos. Já o setor de nova infraestrutura é o mais atrasado, com apenas 42% das metas cumpridas até agora.
Na frente das finanças sustentáveis, duas iniciativas chamam atenção. A primeira é a criação do órgão gestor do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), que ficará sob responsabilidade do Ministério da Fazenda e será a base para o funcionamento do mercado regulado de carbono no país.
A segunda é a aprovação da versão final da Taxonomia Sustentável Brasileira, um conjunto de regras que classifica quais atividades econômicas podem ser consideradas verdes, alinhando o Brasil a padrões internacionais de finanças climáticas.
O painel também indica próximos passos. O governo prepara o lançamento de três novas linhas do EcoInvest, programa voltado a atrair capital privado para projetos sustentáveis. Serão elas:
Estruturação de projetos, para apoiar iniciativas na fase inicial;
Hedge cambial, oferecendo proteção contra variações da moeda;
Liquidez cambial, voltada a garantir maior segurança para investidores estrangeiros.
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Para o secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Rafael Dubeux, que também lidera os temas econômicos da COP30, o painel é mais do que uma ferramenta burocrática. Ele representa um sinal de compromisso do Brasil com uma agenda de crescimento econômico combinada à transição verde.
“Garantir crescimento do PIB, inflação sob controle e queda do desemprego pode resultar apenas em produtos primários sem agregação de valor, destruição ambiental e concentração de renda. O que precisamos é de um olhar de longo prazo, com produtividade, inovação tecnológica, redução de impacto ambiental e distribuição equitativa das riquezas produzidas ao longo do processo”, afirmou.
Anunciado em 2023, o Plano de Transformação Ecológica é considerado a principal estratégia do governo federal para alinhar a economia brasileira às exigências da descarbonização global. O documento prevê mudanças estruturais capazes de:
Para o gerente de projetos do plano na FGV, Rafael Batista, a principal inovação do painel é a capacidade de oferecer transparência e dados organizados para a sociedade, investidores e pesquisadores.
“Cada ação tem 40 campos de monitoramento. A ideia foi sintetizar as entidades responsáveis, as normativas correspondentes e as evidências de implementação. Isso agrega à prestação de contas para a sociedade, mas serve também como ferramenta para investidores que buscam clareza antes de aplicar recursos”, explicou.
O lançamento ocorre em um momento em que o Brasil tenta consolidar sua imagem de liderança global na agenda climática, em especial com a proximidade da COP30, em Belém, em 2025. Para atrair capital internacional, governos e empresas precisam mostrar não apenas promessas, mas também resultados concretos.
Nesse sentido, o painel cumpre um papel estratégico: permitir que investidores acompanhem em tempo real o ritmo da transição ecológica brasileira. Em um cenário de disputa por recursos verdes, oferecer dados confiáveis pode ser a diferença entre captar bilhões ou ficar para trás.
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