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Pesquisa no Urucum Abre Caminho para Produção Otimizada

Urucum: um corante natural com múltiplas aplicações: O urucum, conhecido como colorau na indústria alimentícia, é um pigmento natural extraído da árvore Bixa orellana. Amplamente utilizado para dar cor a alimentos e bebidas, também está presente em medicamentos e cosméticos, como protetores solares. Sua demanda crescente acompanha a busca por produtos naturais, posicionando o Brasil como líder mundial em sua produção.

Desvendando a produção do pigmento: Cientistas da Esalq-USP e da UFV, em estudo publicado no Journal of Experimental Botany, revelaram que o pigmento não se limita às sementes, mas também está presente em outras partes da planta, especialmente nas folhas, durante a fase adulta.

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Fase adulta: chave para a otimização: A produção do pigmento se intensifica na fase adulta da planta, abrindo portas para otimizar a produção. O estudo financiado pela FAPESP analisou a produção do pigmento ao longo do desenvolvimento da planta, com foco na transição da fase juvenil para a adulta.

MicroRNA 156: um regulador crucial: A pesquisa identificou o microRNA 156 como um regulador chave na produção do pigmento. Níveis mais baixos desse microRNA na fase adulta coincidem com o aumento da produção do pigmento.

Modificação genética para validação: Para confirmar a relação entre o microRNA 156 e a produção do pigmento, os cientistas modificaram geneticamente uma planta para superexpressar esse microRNA. O resultado: a planta apresentou características juvenis por mais tempo, com folhas em formato modificado e menor produção do pigmento.

Implicações da descoberta:

  • Manejo aprimorado: A compreensão das características e vias genéticas do urucum permite aperfeiçoar seu manejo, especialmente em um cenário de mudanças climáticas.
  • Produção otimizada: A identificação da fase adulta como ideal para a produção do pigmento abre caminho para otimizar a produção do pó de urucum.
  • Desenvolvimento de novas variedades: A descoberta do papel do microRNA 156 pode ser utilizada para o desenvolvimento de novas variedades de urucum com alta produção de pigmento.
  • Exploração de outros metabólitos: O estudo também identificou a produção de outros metabólitos, como terpenos, em diferentes fases da planta, abrindo oportunidades para sua exploração.

Conclusão:

As novas descobertas sobre a produção do pigmento do urucum representam um marco para o desenvolvimento de novas estratégias de produção e otimização, impulsionando o setor e abrindo caminho para novos usos desse corante natural.

Redação Revista Amazônia

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