Pesquisa revela como era atividade vulcânica na Amazônia.

Um estudo realizado pelo Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) ofereceu novas informações sobre a história geológica passada da região amazônica, caracterizada por intensa atividade vulcânica.

A pesquisa, liderada por André Kunifoshita, identificou características de uma antiga caldeira vulcânica erodida na parte leste da Província Mineral de Alta Floresta, abrangendo o nordeste do Mato Grosso e o sul do Pará.

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A descoberta, publicada na revista Geoscience Frontiers, fundamentou-se na análise de imagens de radar do relevo e na composição das rochas locais.

Os três períodos de atividade vulcânica que deram origem ao Cráton Amazônico, segundo a pesquisa, ocorreram há 2 bilhões, 1,88 bilhões e 1,78 bilhões de anos.

O estudo concentrou-se no Grupo Colíder, uma formação rochosa que compõe a Província Mineral de Alta Floresta e está associada a depósitos de cobre e ouro. A área abrange aproximadamente 55 mil quilômetros quadrados.

A pesquisa busca compreender a relação entre o vulcanismo e a formação desses metais, considerando também o período de oxigenação do planeta ocorrido há cerca de 2 bilhões de anos.

“Como estamos lidando com rochas muito antigas, não temos todas as evidências dessa formação. Coletamos pistas para desvendar o que ocorreu no passado”, explicou Kunifoshita em comunicado.

A equipe coletou amostras de rochas da região, utilizando o método de datação urânio-chumbo, além de realizar análises de petrografia e geoquímica.

O estudo identificou rochas característicos de eventos vulcânicos efusivos e explosivos, indicando diferentes pulsos vulcânicos ao longo do tempo. A pesquisa mapeou como os sedimentos liberados pela atividade vulcânica foram se acumulando, formando camadas e sugerindo a existência de diques por onde o magma fluía, criando anéis e estruturas radiais em torno da caldeira.

As informações obtidas não apenas enriquecem o entendimento do passado geológico, mas também contribuem para a compreensão da composição mineral atual da região.

Redação Revista Amazônia

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