No coração da Floresta Amazônica, um ecossistema abundante, as palmeiras da família Arecaceae desempenham um papel crucial na sustentabilidade e na economia da região. Um estudo realizado pela Universidade Federal do Pará (UFPA) em parceria com o Instituto Tecnológico Vale (ITV) revela que o serviço de polinização das palmeiras na Amazônia é avaliado em impressionantes R$ 706 milhões por ano (valores atualizados para o ano corrente).
Utilizando dados do Censo Agropecuário de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pesquisa, publicada na renomada revista científica Arthropod-Plant Interactions, analisou treze espécies de palmeiras para chegar a essa estimativa.
O cultivo do açaí emerge como protagonista nesse cenário, correspondendo a 92% do valor monetário associado à polinização. Este fruto, essencial para muitas comunidades da região, depende fortemente de polinizadores como abelhas e besouros para sua produção. O estado do Pará lidera a produção agrícola do açaí, respondendo por 79% dela, enquanto o babaçu se destaca no Maranhão como a segunda cultura mais importante.
Além de fornecer um panorama econômico valioso, o estudo ressalta a importância dos polinizadores na produção de frutos e sementes das palmeiras, enfatizando a necessidade crucial de conservar tanto esses polinizadores quanto a floresta em si. A Vale, ciente de sua responsabilidade ambiental, contribui para a proteção de 1 milhão de hectares em todo o mundo, com 800 mil desses hectares dedicados à Amazônia, onde a empresa está presente há quase quatro décadas.
No entanto, os desafios ambientais não podem ser subestimados. As mudanças climáticas representam uma ameaça direta aos polinizadores e, por consequência, à produção agrícola e à segurança alimentar da região. William de Oliveira Sabino, pesquisador do ITV, destaca a interdependência entre as pessoas, a floresta e os polinizadores, ressaltando a necessidade premente de soluções para proteger os processos de polinização na Amazônia diante dessas mudanças.
A pesquisa destaca não apenas a importância econômica das palmeiras e dos polinizadores, mas também ressalta a complexa teia de interconexões que sustentam a vida na Amazônia. Investir na conservação desses recursos é vital não apenas para a região, mas para o planeta como um todo.
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