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Poraquê, o primeiro catamarã movido a energia solar da Amazônia

Em um marco para a mobilidade fluvial sustentável na Amazônia, foi lançado na terça-feira, 18 de setembro de 2024, o catamarã elétrico “Poraquê”. A cerimônia ocorreu na orla do campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, e destacou o primeiro barco movido a energia solar da região. Batizado em homenagem ao peixe amazônico que gera descargas elétricas, o “Poraquê” é fruto de um trabalho da UFPA, como parte de um projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D), regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O vice-reitor da UFPA, Gilmar Pereira, presente no evento, comemorou o lançamento, vendo a iniciativa como um passo importante para o desenvolvimento de veículos movidos a energias renováveis. “É uma grande honra entregar esse projeto à sociedade. Parabenizo o Instituto de Tecnologia, a Faculdade de Engenharia Naval e o Ceamazon pelo excelente trabalho. Nossa meta é seguir avançando nas políticas de inovação”, afirmou.

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O Poraquê

O “Poraquê” conta com dois motores elétricos de 12 kW, três conjuntos de baterias com capacidade de 47 kW e 22 placas solares que captam energia para alimentar a embarcação. O barco pode ser carregado de duas maneiras: diretamente via energia solar, oferecendo até 8 horas de autonomia, ou através de estações de recarga para veículos elétricos, conhecidas como eletropostos. Com capacidade para 23 passageiros, dois tripulantes e espaço acessível para cadeirantes, o catamarã possui três plataformas para embarque e desembarque, proporcionando praticidade e inclusão.

Para o professor Emannuel Loureiro, diretor da Faculdade de Engenharia Naval da UFPA, o “Poraquê” é um exemplo de inovação em mobilidade fluvial, não só para a universidade, mas para toda a Amazônia. “Belém está agora no centro das discussões sobre sustentabilidade e mudanças climáticas. Soluções como esta, alinhadas a políticas globais e nacionais, podem atrair novos investimentos e estimular pesquisas aplicáveis a outras áreas”, ressaltou Loureiro.

O catamarã atenderá aproximadamente mil passageiros por dia, incluindo alunos, servidores e usuários dos serviços da UFPA. Ele será o novo transporte fluvial circular da universidade, integrando o Sistema Inteligente Multimodal da Amazônia (Sima), que já conta com dois ônibus elétricos em funcionamento diário, conectando os campi de Belém e Castanhal de forma gratuita.

O Sima, projeto inovador da UFPA e outros parceiros, como o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) e empresas como ABB e BYD, busca melhorar a eficiência energética da universidade. Sob a coordenação da professora Maria Emília Tostes, o projeto é conduzido pelo Centro de Excelência em Eficiência Energética da Amazônia (Ceamazon), com o apoio de diversos laboratórios da UFPA, incluindo os de Engenharia Naval, Computação e Telecomunicações.

O lançamento do “Poraquê” marca um importante passo na transição para formas de transporte mais sustentáveis na Amazônia, posicionando a UFPA como referência em inovação e sustentabilidade na região.

Redação Revista Amazônia

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