Imagem criada com IA
Você está caminhando por uma trilha tranquila, ouvindo apenas o som das folhas sob seus pés, quando de repente escuta grunhidos e estalos vindos da mata fechada. Em segundos, um grupo de porcos do mato surge diante de você, farejando com intensidade. Situações como essa são raras, mas podem ser perigosas se você não souber exatamente o que fazer. Saber como agir diante de um bando de porcos do mato pode ser a diferença entre sair ileso ou viver um susto daqueles.
Os porcos do mato, também conhecidos como queixadas ou caititus (dependendo da espécie), são animais silvestres que vivem em bandos organizados e territorialistas. São onívoros, ou seja, se alimentam tanto de vegetais quanto de pequenos animais, e seu faro apurado os ajuda a detectar comida a longas distâncias. Quando famintos ou ameaçados, podem demonstrar comportamento agressivo.
Diferente de javalis (que são espécies exóticas invasoras), os porcos do mato são nativos da América do Sul e desempenham papel ecológico importante. No entanto, quando em grandes grupos e com fome, sua movimentação pode ser imprevisível e perigosa, principalmente em áreas de preservação ou durante períodos de seca.
Um bando de porcos do mato costuma emitir grunhidos altos, bater os dentes e pisotear o chão como forma de comunicação entre si. Esses comportamentos são comuns mesmo sem ameaça externa, mas se intensificam caso sintam presença humana ou outro animal. Se você notar esses sinais, é essencial manter a calma.
Outros indícios de presença incluem trilhas abertas no mato, excrementos frescos e áreas de solo revirado. Em regiões com alimentação escassa, os bandos podem se aproximar de áreas urbanas em busca de restos de comida ou frutas caídas de quintais.
O primeiro passo é não correr. Por instinto, correr pode parecer a melhor reação, mas isso pode ser interpretado como ameaça. Um bando pode se sentir encurralado e reagir de forma agressiva, principalmente se houver filhotes no grupo.
A orientação é manter a postura calma, retroceder lentamente sem movimentos bruscos e evitar o contato visual direto. Fale em tom de voz baixo, apenas para indicar sua presença, e dê espaço para que os animais sigam seu caminho. Se estiver com mochila ou bastão de caminhada, segure na vertical, pois aumenta sua silhueta e ajuda a dissuadir a aproximação.
A maioria dos encontros com porcos do mato acontece em trilhas mal sinalizadas, em horários de menor movimento, como o amanhecer e o entardecer. Portanto, sempre opte por caminhar em trilhas conhecidas, durante o dia e acompanhado de outras pessoas.
Durante períodos de seca ou estiagem, redobre a atenção. Nesses momentos, os recursos naturais ficam escassos e os animais silvestres, famintos, tendem a se deslocar mais em busca de alimento. Isso aumenta as chances de encontros indesejados, inclusive com outros animais como tatus, tamanduás e até felinos de pequeno porte.
Itens como apitos, bastões de caminhada e lanternas com som podem ajudar a espantar animais antes que o encontro aconteça. Emitir sons leves e constantes durante a caminhada também é uma tática eficaz — isso alerta os animais da sua presença, evitando que sejam pegos de surpresa.
Caso pratique trekking em regiões com histórico de fauna ativa, é recomendado o uso de repelentes de animais ou até dispositivos sonoros de alta frequência, que são imperceptíveis ao ouvido humano, mas incomodam certos bichos.
Ataques de porcos do mato são extremamente raros, mas podem ocorrer em casos extremos. Se um animal avançar, tente subir em uma árvore ou bloco de pedra. Se não for possível, use a mochila como escudo entre você e o animal. O focinho e os olhos são as áreas mais sensíveis, mas jamais tente contra-atacar a menos que seja em legítima defesa.
Evite se deitar no chão ou se enrolar em posição fetal — ao contrário de grandes predadores, porcos do mato são motivados pelo instinto de grupo, e essa postura pode não ser interpretada como submissão.
Depois de um encontro com um bando, especialmente se foi em local público ou trilha regulamentada, é importante reportar o ocorrido a autoridades ambientais ou à administração do parque. Isso ajuda a mapear áreas de risco, proteger futuros visitantes e, claro, garantir a preservação adequada da fauna.
Lembre-se de que os porcos do mato não são vilões: eles estão apenas seguindo seus instintos em busca de sobrevivência. Nosso papel como visitantes da natureza é compreender os limites de convivência e respeitar o espaço dos animais silvestres.
Com informação e respeito, até mesmo um encontro inesperado pode ser contornado com segurança e até virar uma história curiosa para contar. Mas nunca subestime o comportamento de um animal em bando — principalmente quando a fome entra em cena.
Leia também – 8 curiosidades sobre o tamanduá-bandeira que você não sabia
A IFAT Brasil 2025, maior feira internacional voltada a tecnologias ambientais da América Latina, está…
Um estudo realizado na Unicamp revelou que o hormônio FGF19, produzido pelo intestino, atua diretamente…
Em um movimento que promete sacudir o mercado voluntário de carbono, a Orizon, especialista em…
Um estudo inédito conduzido no campus de Dracena da Universidade Estadual Paulista (Unesp) comprovou que…
O Supremo Tribunal Federal (STF) deu um passo inédito e significativo no combate aos crimes…
Acreditava-se anteriormente que essa atividade ocorria ao longo de centenas ou até milhares de anos.…
This website uses cookies.