A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, visitou o Sistema Agroflorestal de Tomé-Açu (SAFTA) no Pará, em comemoração aos 85 anos de pesquisa agropecuária na Amazônia. Este sistema, reconhecido pela FAO/ONU como referência mundial, resulta de quase 40 anos de pesquisas e colaboração com agricultores familiares da colônia japonesa de Tomé-Açu.
Massruhá, acompanhada pelo diretor de pesquisa Cleino Pillon e gestores da Embrapa Amazônia Oriental, Walkymário Lemos, Fábio Barbieri e Bruno de Maria, explorou a evolução do SAFTA desde as primeiras experimentações agrícolas até a industrialização e exportação de produtos sustentáveis.
Tomé-Açu, localizada a cerca de 190 km de Belém, abriga a terceira maior colônia japonesa do Brasil. Alberto Oppata, presidente da Cooperativa Mista de Tomé-Açu (CAMTA), relembrou que a cooperativa foi fundada em 1929 por imigrantes japoneses que inicialmente cultivaram cacau, hortaliças e arroz. Em 1930, a introdução da pimenta-do-reino transformou a região, posicionando o Brasil como maior exportador mundial dessa cultura.
A crise causada pela Fuzariose nos pimentais levou à necessidade de diversificação agrícola. Inspirados pelos quintais florestais dos ribeirinhos, os agricultores desenvolveram o SAFTA, um sistema que hoje é citado pela FAO como exemplo de preservação florestal, prevenção do desmatamento e restauração produtiva de terras degradadas.
Oppata destacou a parceria fundamental com a Embrapa no desenvolvimento de técnicas de manejo e modelagens agrícolas. No Campo Experimental da Embrapa em Tomé-Açu, que foi doado pela Agência Internacional de Cooperação Japonesa (JICA), são conduzidos diversos experimentos com frutas e palmeiras como açaí, cupuaçu, bacuri e dendê.
Durante a visita, a presidente Massruhá e o diretor Pillon plantaram mudas de árvores ameaçadas de extinção, simbolizando a restauração produtiva das florestas. Eles também conheceram a propriedade de Michinore Konagano, um dos pioneiros no uso do SAFTA, que integra culturas anuais, perenes e criação de pequenos animais em 230 hectares produtivos.
Silvia Massruhá enfatizou que os sistemas agroflorestais na Amazônia promovem a inclusão socioprodutiva ao gerar renda e melhorar a qualidade de vida sem desmatar. “São quatro décadas de parcerias intensas, resultando em sistemas ecológicos eficientes que nos inspiram a enfrentar os desafios das mudanças climáticas com sustentabilidade”, afirmou.
Cleino Pillon reforçou que o SAF será uma vitrine da pesquisa na COP 30, destacando sua eficiência em reduzir o uso de insumos externos e promover uma produção de alimentos sustentável. Walkymário Lemos acrescentou que a escolha de Tomé-Açu simboliza a essência da pesquisa da Embrapa, que combina tecnologias sustentáveis com o respeito aos saberes tradicionais.
O trabalho do SAFTA e suas parcerias são reconhecidos globalmente pela sua contribuição para a preservação ambiental e produção sustentável. As técnicas desenvolvidas em Tomé-Açu são modelos a serem seguidos em outras regiões, demonstrando que é possível aliar produção agrícola com conservação da biodiversidade e sustentabilidade.
Fonte: Embrapa Amazônia Oriental – Kélem Cabral
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