Pesquisa

Programa PROASA Avança na Governança Oceânica e na Economia Azul

 

A região do Atlântico Sul e a Antártida representam não apenas territórios geográficos, mas também pontos cruciais para abordar uma miríade de questões ambientais e sociais. No entanto, embora essas áreas desempenhem um papel estratégico vital, os estudos e dados disponíveis sobre elas ainda não se equiparam aos do Atlântico Norte.

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Buscando equilibrar essa disparidade, foi lançado o Programa para o Atlântico Sul e a Antártida (PROASA) pela FAPESP, em um evento que ocorreu nesta terça-feira (02/04) e quarta-feira (03/04). O programa, em parceria inicial com a Argentina e a França, visa enfrentar esse desafio, como destacado por César de Castro Martins, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP), durante a abertura do evento.

Além de ampliar a disponibilidade de dados, o PROASA tem como objetivo promover a governança oceânica e explorar o potencial da chamada economia azul. De acordo com Cristiana Simão Seixas, pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais da Universidade Estadual de Campinas (Nepam-Unicamp), entender o oceano como um sistema sócioecológico demanda uma abordagem multidisciplinar e colaborativa.

Viviana Alder, pesquisadora do Instituto Antártico Argentino, ressaltou a importância da Antártida como um laboratório natural único e exemplar de governança e cooperação internacional bem-sucedida. Nessa região, os desafios ecológicos globais são evidentes, destacando a urgência de ações inovadoras e soluções para enfrentar as mudanças climáticas.

No contexto da economia azul, Wagner Valenti, professor do Centro de Aquicultura da Universidade Estadual Paulista (Caunesp), sublinhou a importância de explorar os recursos marinhos de forma sustentável. Ele destacou o potencial econômico dos compostos bioativos encontrados em organismos marinhos, que podem impulsionar as indústrias farmacêutica e de cosméticos, entre outras.

Os estudos apresentados durante o evento ilustram o vasto potencial de descobertas e inovações na área marinha. Luiz Felipe Domingues Passero, professor do Instituto de Biociências da Unesp, apresentou pesquisas que exploram os compostos bioativos de algas, revelando promissores avanços no combate a doenças como a leishmaniose e glioblastomas.

O PROASA não apenas fortalece a colaboração entre o Brasil, a Argentina e a França, mas também reforça a importância da ciência oceânica e do cuidado com o meio ambiente em um contexto global. Como destacou Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, o programa representa um passo crucial na promoção da pesquisa oceânica e na construção de parcerias internacionais sólidas.

À medida que avançamos para um futuro cada vez mais interconectado, iniciativas como o PROASA se mostram essenciais para enfrentar os desafios ambientais e promover um desenvolvimento sustentável para as futuras gerações.

Redação Revista Amazônia

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