A Raízen, após sua estreia no mercado de green bonds em fevereiro, voltou a captar recursos no exterior nesta semana, levantando US$ 1 bilhão. A operação chamou atenção pela grande procura e pelas condições mais favoráveis em comparação com outras empresas brasileiras que também buscaram recursos no mercado internacional recentemente.
“Nossa oferta inicial era de US$ 750 milhões, mas a demanda alcançou US$ 4,4 bilhões, o que nos permitiu aumentar o valor da emissão e reduzir a taxa de juros,” afirmou Carlo Moura, CFO da Raízen. Os títulos emitidos têm prazo de 10 anos, com vencimento em janeiro de 2035.
A taxa de juros ficou em 5,7% ao ano, composta pelo rendimento dos treasuries de 10 anos dos EUA, mais um acréscimo de 2,18%, abaixo da previsão inicial de 2,5%.
Os recursos obtidos serão utilizados para refinanciamento de dívidas, investimentos no etanol de segunda geração (E2G) e em projetos que visam reduzir emissões de carbono, como o uso de biogás em caminhões e a eletrificação de transportes, detalhou Moura.
Com o selo verde da operação, a Raízen se compromete a investir, ao longo do período da dívida, um valor equivalente em projetos que sigam o framework ESG da empresa. “Temos um cronograma de desembolsos e vamos aprovar anualmente os investimentos que realizaremos,” explicou Marina Dalben, diretora de tesouraria da companhia.
O framework, elaborado em 2022, foi atualizado recentemente, e recebeu parecer da Sustainalytics, empresa que certifica a adesão das condições da dívida aos princípios de autorregulação do mercado de títulos verdes. Os projetos propostos se concentram em energia renovável, eficiência energética e transporte de baixo carbono.
Os coordenadores globais da emissão foram Citi, Itaú BBA, Morgan Stanley e Santander, com a participação também de Sumitomo, BNP Paribas, Bradesco e Rabobank.
Moura destacou que a precificação, que ocorreu em um único dia, foi precedida por meses de roadshows com cerca de 60 investidores. Investidores globais, principalmente da América do Norte e Europa, se mostraram interessados na emissão, incluindo grandes gestoras que buscam investimentos de longo prazo.
“Vários investidores já estavam familiarizados com a empresa desde a primeira emissão em fevereiro. Com isso, sentimos que a confiança no crédito aumentou, e os prêmios exigidos pelos investidores diminuíram,” explicou Dalben.
O forte interesse pela emissão da Raízen se deu não apenas entre os investidores tradicionais de mercados emergentes, mas também entre investidores globais de grau de investimento, o que elevou a demanda pelos títulos.
Os papéis emitidos mantiveram o rating de grau de investimento da Raízen, avaliado como BBB pela Fitch e S&P, um dos fatores que também atraiu investidores focados em estratégias ESG.
A taxa obtida pela Raízen foi considerada competitiva, especialmente em comparação com outras operações recentes de empresas brasileiras. A Eletrobras, por exemplo, emitiu US$ 750 milhões em títulos com taxas entre 6,5% e 6,75%. Já a Petrobras captou US$ 1 bilhão com rendimento de 6,25%.
No início do ano, a Raízen já havia emitido US$ 1,5 bilhão em títulos, sendo US$ 1 bilhão com vencimento em 10 anos e US$ 500 milhões com prazo de 30 anos. Paralelamente, a empresa recomprou parte de sua dívida com vencimento em 2027.
“Nossa estratégia foi alongar o perfil da dívida, substituindo a concentração de vencimentos em 2027 por prazos mais espaçados, como 2027, 2034 e 2054. Com essa nova emissão, também seremos negociados até 2035,” explicou Moura.
A operação deve ser concluída na próxima terça-feira, dia 17, e reforça a posição da Raízen no mercado de capitais internacionais. A companhia registrou lucro de R$ 1,1 bilhão no primeiro trimestre do ano-safra e alavancagem de 2,3 vezes.
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