Cubatão atualmente- Imagem: cubatao.sp.gov
Cubatão, no litoral de São Paulo, que nos anos 1980 ganhou notoriedade mundial como uma das cidades mais poluídas do planeta, hoje celebra uma nova conquista: o selo internacional “Tree Cities of the World”, concedido por iniciativa conjunta da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da fundação norte-americana Arbor Day Foundation.
O selo reconhece municípios que investem em políticas públicas voltadas à valorização das árvores urbanas, promovendo o equilíbrio ecológico em meio à expansão urbana. A honraria, recebida por Cubatão no início do mês, marca uma reviravolta histórica em sua relação com o meio ambiente.
Na década de 1980, Cubatão enfrentava um colapso ambiental. A intensa atividade industrial despejava cerca de mil toneladas diárias de poluentes na atmosfera, segundo o historiador Welington Ribeiro Borges. A ausência de regulação ambiental transformou a cidade no que passou a ser chamado de “Vale da Morte”, com graves impactos na saúde da população, incluindo casos frequentes de anencefalia e doenças respiratórias.
O ponto de inflexão ocorreu em 1984, após um trágico incêndio na Vila Socó que tirou a vida de 93 pessoas. O desastre impulsionou mudanças legislativas e despertou o país para a urgência de políticas ambientais mais rigorosas.
Desde então, Cubatão passou por profundas transformações. Segundo nota da prefeitura, ações como o Plano Municipal de Arborização Urbana, a realização de compensações ambientais com o plantio de milhares de árvores nativas e novos projetos habitacionais sustentáveis foram determinantes para a conquista do selo.
O prefeito César Nascimento (PSD) ressaltou o simbolismo do reconhecimento:
“Cubatão retorna ao cenário internacional com ações voltadas à promoção de um meio ambiente sustentável. Esse selo é mais um passo em direção a uma visão verde para a cidade e reafirma nosso compromisso com a segurança climática.”
A certificação “Tree Cities of the World” oferece não apenas visibilidade internacional, mas também apoio técnico para o manejo e preservação de áreas verdes. Ela incentiva práticas sustentáveis de silvicultura urbana, promovendo qualidade de vida e proteção do clima local.
Em 2024, 210 cidades em 24 países foram reconhecidas. No Brasil, 34 municípios receberam o selo. Na Baixada Santista, além de Cubatão, Guarujá também foi contemplada. A lista brasileira inclui capitais como São Paulo, Recife, Belo Horizonte e cidades de porte médio como Cianorte (PR), Campina Grande (PB) e Teresina (PI).
A trajetória de Cubatão é um dos maiores exemplos nacionais de reversão de passivos ambientais. De símbolo global da degradação, a cidade agora figura entre os modelos de recuperação e desenvolvimento sustentável, provando que a reconstrução ecológica é possível com planejamento, políticas públicas e engajamento social.
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