O peixe-boi no Brasil tem sido uma espécie protegida desde 1967, quando a caça e a comercialização de produtos derivados foram proibidas. Apesar disso, a prática de matar esses animais para alimentação ainda persiste na Amazônia. O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), é uma das instituições que atua no resgate, cuidado e soltura de filhotes órfãos de peixe-boi.
Recentemente, o INPA uniu-se a outras seis instituições científicas da América do Sul para criar uma rede colaborativa destinada à troca de experiências e ao desenvolvimento de pesquisas conjuntas. A Rede Amazônica de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade foi oficialmente lançada na quarta-feira (12) no próprio INPA, com a presença do presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn. A estruturação da Rede conta com um financiamento de 2 milhões de dólares do Fundo Verde para o Clima, gerenciado pelo BID.
“Nós temos a obrigação de sempre considerar o impacto da Amazônia. É um desafio, porque a Amazônia não é apenas uma rede de pesquisa, mas também uma rede de encontros públicos e projetos nos estados e municípios”, comentou Goldfajn.
Ele destacou que este financiamento inicial é destinado à operação e implementação da Rede, uma forma de “assistência técnica”. Os projetos específicos poderão buscar outras linhas de financiamento disponibilizadas pelo BID.
“Os recursos de assistência técnica, ou doações, ajudam a formatar e criar projetos. Descobrimos que apenas financiar projetos não é suficiente; é necessário também capacitar e desenvolver os projetos, porque sem projetos não há financiamento, e sem financiamento nada acontece”, explicou Goldfajn.
A primeira reunião da Rede ocorreu entre 12 e 15 de junho, onde foram discutidos os próximos passos, incluindo a eleição da presidência do grupo e a definição das prioridades de trabalho. A Rede terá três focos principais: produção de conhecimento e tecnologias para a conservação da biodiversidade, desenvolvimento da bioeconomia, e projetos colaborativos de pesquisa e desenvolvimento (P&D).
Foram identificados 45 institutos de pesquisa na Amazônia, abrangendo todos os países que compartilham a floresta, dos quais os mais robustos e ativos foram selecionados para iniciar a iniciativa.
Goldfajn sugeriu que a Rede se concentrasse em pesquisas que possam promover o desenvolvimento econômico da região e a criação de empregos, especialmente através de produtos de base biológica. Um dos objetivos da Rede será a transferência de tecnologia para empresas.
Atualmente, a Rede reúne sete institutos, incluindo três brasileiros: o INPA, o Instituto Mamirauá e o Museu Paraense Emílio Goeldi, além de instituições do Peru, Colômbia e Equador.
“Até agora, essas organizações científicas não trabalhavam de forma coletiva, abrangente e coordenada. O recurso do BID permitirá esses intercâmbios e a proposição de projetos coletivos”, explicou Henrique dos Santos Pereira, diretor do INPA.
Pereira destacou que cada instituição já tem suas próprias pesquisas e que as reuniões servirão também para apresentar esses trabalhos, permitindo à Rede priorizar alguns projetos já em andamento.
Ele mencionou que há temas amplos que envolvem a maioria dos membros, como a contaminação ambiental, mas cada instituição também tem seus focos específicos. O INPA, por exemplo, pode liderar discussões sobre recursos pesqueiros. “Vamos propor que instituições de diferentes países sediem ao menos um workshop temático”, sugeriu Pereira.
Outro foco de pesquisa será a bacia hidrográfica amazônica. “O Brasil está a jusante da bacia. As nascentes estão em nossos países vizinhos. O que acontecer nas nascentes afetará o Brasil. Portanto, uma das ideias é desenvolver projetos que considerem a bacia como um todo, incluindo a água, a atmosfera e outros pontos de interconectividade”, concluiu Pereira.
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