Meio Ambiente

Reflorestamento: A startup re.green e o BNDES

A startup de reflorestamento re.green fechou um financiamento de R$ 186,7 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para restaurar áreas degradadas que somam mais de 12 mil hectares, na Amazônia e na Mata Atlântica.

Modelo de Negócios

O modelo de negócios da re.green envolve a compra de terras degradadas para restauro. A receita, inicialmente, virá da venda de créditos de carbono e da exploração de madeiras nativas. A companhia também estuda outras possíveis maneiras de monetizar os ativos, incluindo a geração de créditos de biodiversidade e a produção de insumos para indústrias de cosméticos ou farmacêuticas.

Desafios e Oportunidades

Em dois anos de existência, a companhia comprou um total de 26 mil hectares, em cinco propriedades: três na Bahia, uma no Amazonas e uma no Maranhão. Mas o gargalo não são as terras, segundo Ana Luiza Squadri, CFO da empresa, e sim o desenvolvimento de toda a cadeia da restauração florestal.

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Os recursos contratados do BNDES – que não podem ser usados para a aquisição de terras – serão destinados às atividades de recuperação. Isso inclui redes de coletas de sementes e de viveiros, por exemplo. A companhia é dona da Bioflora, uma fornecedora de mudas, mas a ideia é ter outras espalhadas pelo país. “São eles que vão contribuir com espécies da biodiversidade local”.

Pesquisa e Desenvolvimento

Pesquisas sobre a produtividade de árvores nativas são virtualmente inexistentes, afirma Squadri. A aspiração é conseguir saltos como os obtidos pela indústria de papel e celulose. “Lá atrás, o eucalipto também demorava muito mais que os sete anos que ele leva hoje [para ser cortado].” A companhia acredita que outras linhas de receita podem se materializar no futuro. Uma das alternativas já em estudos são os créditos de biodiversidade, um tipo de instrumento de valorização da natureza que começa a dar os primeiros passos.

Novas Captações

Tudo isso custa muito caro. Para chegar a 1 milhão de hectares de áreas recuperadas a empresa estima um investimento de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões. Como o dinheiro levará alguns anos para entrar no caixa, pelo menos R$ 5 bi terão de ser levantados por meio de captações. Além do empréstimo do BNDES, a startup fez uma rodada série A no valor de R$ 385 milhões. Squadri afirma não ter um cronograma ou uma expectativa de captação para o curto prazo. Ela vislumbra várias opções, de joint-ventures com investidores para determinados projetos ou a criação de fundos. Recursos concessionais de bancos de desenvolvimento internacionais também são uma possibilidade, dado o salto esperado – e necessário – para as finanças climáticas.

A parceria entre a re.green e o BNDES representa um marco importante para o reflorestamento no Brasil. Com o financiamento obtido, a startup tem a oportunidade de expandir suas operações e contribuir significativamente para a restauração de áreas degradadas na Amazônia e na Mata Atlântica. Além disso, o modelo de negócios da re.green, que inclui a venda de créditos de carbono e a exploração de madeiras nativas, oferece um caminho sustentável para a monetização de suas atividades de reflorestamento.

Redação Revista Amazônia

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