Imagem: Pro
Antes de fabricar sua primeira garrafa no Brasil, a Heineken já tinha começado a plantar árvores. As operações da cervejaria holandesa só começaram em 2010, mas os investimentos em reflorestamento iniciaram em 2007. Na época, a iniciativa tinha caráter filantrópico e não gerava retorno financeiro direto.
Com o avanço da crise climática, o aumento do estresse hídrico e a valorização da captura de carbono, a empresa decidiu transformar suas ações ambientais em uma estratégia de negócio. Em 2024, a Heineken inaugurou a Heineken Spin, uma unidade com governança própria e foco em impacto positivo, ambiental, social e financeiro.
A nova abordagem já mostra resultados expressivos. Entre 2024 e o início de 2026, serão plantadas 860 mil árvores, número 15% superior ao total acumulado nos 17 anos anteriores, que foi de 730 mil mudas. A Spin assumiu a missão de tornar viável, financeiramente, um projeto de alto custo: reflorestar pode custar de R$ 15 mil a R$ 50 mil por hectare, dependendo das condições da área e da técnica usada.
O investimento inicial de R$ 150 milhões foi estruturado com metas claras e independência financeira. “Impacto não pode ser um saco sem fundo”, afirma Rafael Rizzi, diretor de inovação da Heineken no Brasil. O objetivo é que os projetos caminhem com sustentabilidade econômica, sem necessidade de novos aportes da matriz.
Em Itu (SP), área que pertencia à antiga Schincariol, estão sendo reflorestados 830 hectares, metade até 2026. O projeto é feito em parceria com a Rizoma Agro e inclui produção agrícola em 100 hectares, com foco em limões, graças à profundidade das raízes da fruta, que favorecem a infiltração de água no solo.
A previsão é de que as árvores garantam a recarga de quase 1 bilhão de metros cúbicos de água em cinco anos, 50% a mais do que a Heineken consumirá na produção local nesse período. Também estão previstas 500 mil toneladas de carbono removidas em 25 anos, número que será incorporado ao balanço climático global da empresa para ajudar na meta de net zero até 2040.
A Spin também atua em reciclagem de vidro, energia renovável e impacto social. Na reciclagem, em parceria com a Ambipar, a meta é reduzir a pegada de carbono das embalagens de vidro, um dos principais emissores da cadeia produtiva. Como 90% das emissões da Heineken vêm da cadeia de fornecedores (escopo 3), iniciativas assim são fundamentais.
Já no setor energético, a empresa firmou parceria com Raízen e Ultragaz para intermediar o fornecimento de energia limpa a bares e restaurantes no Brasil. E na frente social, investe em marcas como Praya e Mamba Water, que atuam com comunidades vulneráveis.
Segundo Rizzi, cada uma das quatro frentes da Spin possui KPIs próprios. “O alvo central é o impacto. Seja carbono capturado, água recarregada ou reciclagem ampliada”, explica o executivo.
Apesar de sua juventude, a Spin já se equilibra financeiramente. O lucro das frentes de energia e impacto social tem compensado os custos do reflorestamento, que ainda levará cinco anos para se pagar. Toda a estrutura de pessoal está dentro da Spin, que foi criada como uma unidade autônoma, com metas claras e retorno mensurável.
A precificação interna do carbono, usada para embasar os investimentos, é de US$ 23 por tonelada no Brasil em 2024, com projeções acima de US$ 70 após 2030. Com essa conta, restaurar áreas degradadas é mais vantajoso do que comprar créditos no mercado.
A área reflorestada de Itu será essencial para as metas globais da Heineken. A companhia planeja atingir carbono zero nos escopos 1 e 2 até 2030 e usar o excedente da remoção de carbono em Itu para compensar outras emissões. A empresa já teve seus planos aprovados pela Science Based Targets Initiative (SBTi), certificando que seu caminho rumo à descarbonização está alinhado com as exigências globais.
“Com esses projetos, consigo reduzir custos, aumentar resiliência hídrica, gerar impacto social e ainda integrar a produção de frutas à cadeia de valor”, afirma Ligia Camargo, diretora de sustentabilidade da empresa.
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