O Reino Unido, berço da Revolução Industrial e do uso massivo do carvão, está vivendo uma nova transformação energética. Em setembro de 2024, o país fechou sua última usina a carvão, marcando o fim de uma era que durou 142 anos. O encerramento das operações da usina de Ratcliffe-on-Soar simboliza a transição do Reino Unido de um passado movido por combustíveis fósseis para um futuro impulsionado por energias renováveis e tecnologias limpas, destacando o papel do país como líder na descarbonização global.
A jornada do Reino Unido em direção à eliminação do carvão começou há mais de uma década. No início do século XXI, o carvão ainda respondia por grande parte da geração de eletricidade do país. No entanto, as políticas ambientais rigorosas, como o suporte ao preço do carbono (Carbon Price Support) implementado em 2013, aumentaram os custos das usinas a carvão, incentivando a transição para fontes de energia mais limpas. Como resultado, entre 2012 e 2020, o uso do carvão na geração de eletricidade caiu de 39% para apenas 2%.
Além das políticas de precificação do carbono, o Reino Unido implementou leilões para energias renováveis, facilitando o crescimento massivo de projetos eólicos e solares. Esses mecanismos reduziram drasticamente os custos dessas tecnologias, tornando-as mais competitivas em relação às energias fósseis. O progresso foi reforçado por uma redução de 15% na demanda de eletricidade desde 2005, graças a melhorias na eficiência energética.
A decisão de abandonar o carvão coloca o Reino Unido em uma posição de destaque na luta contra as mudanças climáticas. O país é um dos primeiros do G7 a eliminar completamente o uso do carvão para geração de eletricidade, demonstrando que economias avançadas podem alcançar essa meta. Isso envia uma mensagem poderosa a nações que ainda dependem fortemente do carvão, como China, Índia e Estados Unidos.
O Reino Unido também desempenha um papel ativo no cenário internacional por meio da Powering Past Coal Alliance, uma coalizão de governos e empresas comprometidos com a eliminação do carvão. Esse esforço global visa apoiar países em desenvolvimento na adoção de políticas climáticas ambiciosas, mostrando que é possível abandonar os combustíveis fósseis sem prejudicar o crescimento econômico.
Apesar do marco representado pelo fim das usinas a carvão, o Reino Unido ainda enfrenta desafios para atingir uma matriz energética completamente limpa. Atualmente, o gás natural é a principal fonte de energia em momentos de baixa produção de renováveis, como nos dias nublados ou com pouco vento. Embora o gás emita menos carbono do que o carvão, ele ainda é uma fonte significativa de emissões de gases de efeito estufa.
Para alcançar uma eletrificação 100% limpa, será crucial o desenvolvimento de novas tecnologias, como o hidrogênio verde, sistemas de armazenamento de energia em larga escala e captura e armazenamento de carbono (CCS). Além disso, o Reino Unido precisará investir em mecanismos que incentivem o uso eficiente da eletricidade, como o Demand Flexibility Service, que permite aos consumidores ajustar seu consumo de energia de acordo com a demanda e a oferta de renováveis.
Banco do Brasil ultrapassa R$ 15 bilhões em carteira de energias renováveis
Pesquisa Propões Formas de Integração dos Renováveis ao Sistema Elétrico Brasileiro
O fechamento das usinas a carvão não é o ponto final, mas o início de uma nova etapa da revolução energética no Reino Unido. O aumento da eletrificação, especialmente nos setores de transporte e aquecimento, vai elevar a demanda por eletricidade nos próximos anos, exigindo uma infraestrutura renovável ainda mais robusta.
Iniciativas como o uso de tecnologias digitais para otimizar o consumo de energia e a expansão de projetos de energia renovável são fundamentais para garantir a transição para um sistema energético sustentável e sem carbono. O país está construindo as bases para um futuro em que as energias eólica e solar, aliadas a sistemas avançados de armazenamento e gestão, formem a espinha dorsal da matriz energética.
O Reino Unido, que uma vez liderou o mundo na queima de carvão, agora está à frente de uma nova revolução, desta vez focada em energia limpa e sustentabilidade. O fechamento das usinas a carvão representa uma vitória simbólica e prática na luta contra as mudanças climáticas. Contudo, o caminho para uma economia totalmente descarbonizada é longo, e o sucesso dependerá de inovações tecnológicas, políticas ambiciosas e cooperação global para enfrentar os desafios da transição energética e garantir um futuro sustentável.
Em 20 de janeiro de 2025, o reator de fusão experimental chinês EAST estabeleceu um…
O alecrim (Rosmarinus officinalis) é uma erva aromática muito popular, conhecida por seu aroma marcante…
Mais 2,3 milhões de pessoas em cidades europeias podem morrer como resultado do calor e…
Em um artigo publicado recentemente, cientistas da NASA usam quase 20 anos de observações para…
O aquecimento global está rapidamente saindo do controle, alertou o Met Office. De acordo com o meteorologista,…
O capim-do-Texas (Pennisetum setaceum) é uma excelente opção para quem deseja um jardim exuberante e…
This website uses cookies.