Imagine tomar um chá feito com raízes da floresta que alivia suas dores ou um banho de ervas que limpa até a alma. Na comunidade São Miguel, na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, em Santarém, Pará, a Mesa da Cura transforma plantas amazônicas em remédios naturais que encantam visitantes e preservam saberes ancestrais. Liderada pela curandeira Dona Alzira da Silva, de 77 anos, essa experiência une saúde, espiritualidade e turismo comunitário em um destino onde a floresta é a verdadeira protagonista.
Na margem direita do rio Tapajós, a comunidade São Miguel recebe turistas com uma proposta única – mergulhar nos conhecimentos tradicionais da Amazônia. A Mesa da Cura é o coração dessa vivência, onde Dona Alzira e outros moradores apresentam garrafadas, chás, óleos, banhas e banhos feitos com plantas como unha-de-gato, pau-saratudo e cumaru. Esses preparados tratam desde inflamações e gripes até a “panemice” – o famoso azar que os banhos espirituais prometem afastar.
A venda funciona em revezamento entre os moradores, garantindo que todos participem. Durante uma visita técnica da Secretaria Municipal de Turismo de Santarém (Semtur), a equipe ficou impressionada com a organização coletiva e a riqueza cultural, mapeando formas de apoiar o turismo local com capacitações e projetos.
A floresta é uma farmácia natural, e São Miguel sabe usá-la como ninguém. Confira os principais remédios e seus usos:
Quer saber mais sobre plantas medicinais amazônicas? Confira este guia completo sobre fitoterapia na Amazônia.
São Miguel oferece muito mais que a Mesa da Cura. O roteiro inclui trilhas ecológicas (diurnas e noturnas), banhos em igarapés cristalinos e noites em redários protegidos. As praias de Ponta da Morena e Ponta Grande, acessíveis por barco, revelam paisagens de tirar o fôlego. À noite, a piracaia – peixe assado à beira do rio – reúne moradores e visitantes em clima de festa.
Com 800 moradores e 102 famílias, São Miguel é um exemplo de sustentabilidade. A comunidade tem Unidade Básica de Saúde, duas escolas e duas aldeias indígenas, tudo acessível por via fluvial – a viagem de Santarém leva de 2 a 5 horas, dependendo da embarcação. O verão amazônico é a melhor época para visitar, com praias de areia clara, mas as cheias também oferecem experiências culturais únicas.
Durante a visita da Semtur, Manoel da Silva destacou a importância do apoio institucional. “Essa parceria valoriza nossa cultura e nosso jeito de viver. Queremos melhorar nosso trabalho e mostrar nosso potencial.”
Emanuel Júlio Leite, secretário de Turismo, reforçou o valor do destino. “São Miguel prova que turismo e tradição podem caminhar juntos, gerando renda e experiências inesquecíveis.”
Para entender mais sobre turismo de base comunitária, veja este artigo da Embratur.
A comunidade São Miguel é um convite para se conectar com a Amazônia de forma autêntica. Quer viver essa experiência? Entre em contato com a Semtur ou agências locais para organizar sua viagem. Aproveite o verão amazônico, explore as trilhas, prove a piracaia e leve para casa um remédio natural ou um artesanato que carrega a alma da floresta.
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