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Cientistas Encontram Resíduos de Celulares e Carros Elétricos em Tubarões Após Terem Detectado Cocaína

Resíduos de carros e celulares em tubarões

Em julho, um estudo divulgado na Science of the Total Environment revelou a presença de cocaína nos músculos e fígados de 13 tubarões da espécie Rhizoprionodon lalandii, conhecida como tubarão-bico-fino-brasileiro, nas águas da costa do Rio de Janeiro. Agora, outra pesquisa, publicada na Environmental Pollution, identificou grandes quantidades de contaminantes tecnológicos em tubarões-tigre na costa sul do Brasil.

Natascha Wosnick, cientista-chefe do programa de pesquisa e conservação de tubarões no Cape Eleuthera Institute, falou à National Geographic sobre a descoberta. Em 2021 e 2022, 12 tubarões-tigre foram analisados no estado do Paraná. Nos cérebros, olhos, rins, guelras, pele, dentes, músculos, corações e fígados dos animais, os pesquisadores encontraram nove elementos de terras raras, além de titânio e rubídio.

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Esses elementos, fundamentais para a produção de tecnologia como celulares e carros elétricos, são essenciais para a segurança nacional, a independência energética, o futuro ambiental e o crescimento econômico. Embora sejam chamados de “terras raras”, eles não são escassos, e a presença deles nos corpos dos tubarões levanta questões sobre os impactos ambientais e biológicos.

“Ninguém está falando sobre isso”, afirmou Wosnick. “Não sabemos nada sobre como isso pode afetar a saúde dos tubarões.”

A origem desses elementos nos tubarões ainda é incerta. A falta de dados sobre a presença de terras raras em ambientes marinhos, combinada com os padrões imprevisíveis de migração dos tubarões-tigre, torna difícil identificar como os metais foram absorvidos.

A National Geographic sugere duas possíveis fontes humanas. A primeira envolve a mineração, com os elementos sendo levados ao oceano por rios e córregos. A segunda, considerada mais provável, é o descarte inadequado de tecnologias ao longo da costa densamente povoada.

A descoberta evidencia a crescente poluição marinha e ressalta a necessidade de mais pesquisas sobre os efeitos dessas substâncias nos ecossistemas e nas espécies marinhas.

Redação Revista Amazônia

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