Saúde

Resultados promissores de vacina de DNA contra o zika em ensaios com camundongos

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Pernambuco estão avançando no desenvolvimento de uma vacina contra o vírus zika, e os resultados obtidos em testes com camundongos são promissores. A vacina de DNA demonstrou ser eficaz, estimulando uma resposta imunológica contra o vírus e protegendo os roedores da infecção. Os detalhes desses resultados foram publicados na revista Frontiers in Immunology.

A professora Maria Sato, da Faculdade de Medicina (FM) da USP e autora correspondente do estudo, destaca que as vacinas de DNA representam uma tecnologia avançada e promissora. Diferentemente das vacinas tradicionais, que utilizam vírus atenuados ou inativados, as vacinas de DNA têm se mostrado mais econômicas e potencialmente mais eficazes. Elas permitem a seleção de partes específicas do vírus para estimular uma resposta imunológica, além de possibilitar a adição de substâncias que aumentam essa resposta.

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A pesquisa, apoiada pela FAPESP e outras instituições, envolveu a seleção de trechos do genoma do vírus zika que codificam partes importantes do vírus. Esses trechos foram inseridos em uma estrutura de DNA chamada plasmídeo, que funciona como uma fábrica de proteínas quando injetada no organismo. Assim, as células do sistema imunológico produzem proteínas semelhantes às do vírus, desencadeando uma resposta protetora contra ele.

A formulação vacinal mais eficaz, denominada ZK_ΔSTP, mostrou-se capaz de induzir uma resposta imunológica robusta em camundongos, com altos níveis de anticorpos neutralizantes e a ativação de células de defesa. A adição de sais de hidróxido de alumínio como adjuvante contribuiu para uma resposta imune duradoura, protegendo os animais após exposição ao vírus.

A pesquisa enfrenta desafios, como a semelhança do vírus zika com os sorotipos da dengue, que pode gerar reações cruzadas indesejadas. No entanto, os resultados sugerem que a vacina desenvolvida até agora é capaz de induzir uma resposta específica contra o zika, sem afetar a imunidade contra a dengue.

O estudo representa um passo importante no desenvolvimento de uma vacina contra o zika e pode contribuir significativamente para a prevenção dessa doença viral. Os próximos passos envolvem estudos adicionais para avaliar a segurança e eficácia da vacina em outras espécies e, eventualmente, em ensaios clínicos em humanos. A pesquisa continua avançando, com a esperança de oferecer uma solução eficaz e segura para combater o vírus zika.

Redação Revista Amazônia

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