COP 30

RODA transforma reciclagem urbana e leva SOLOS a prêmio global

Belém, 12 de novembro de 2025 – A trajetória da startup baiana SOLOS ganhou projeção internacional ao ser reconhecida no Climate Resilience Awards for Business, iniciativa promovida pelo WBCSD e pela Global Resilience Partnership. Em meio ao ambiente efervescente da COP30, a empresa integrou o grupo de finalistas do COP30 Regional Resilience Award com uma proposta que coloca a gestão de resíduos urbanos em outra chave: o RODA – A reciclagem a sua porta.

Criado em parceria com a Prefeitura de Salvador e com o programa internacional Urban Ocean, da Resilient Cities Network, o RODA nasceu de uma pergunta simples, mas estruturante: como aproximar a reciclagem da vida cotidiana das pessoas, sem sobrecarregar cooperativas ou depender exclusivamente de modelos tradicionais de coleta? A resposta se tornou um modelo que reorganiza fluxos, dá visibilidade ao trabalho dos catadores e cria novas pontes entre cidadãos, empresas e o serviço público.

No piloto implementado na capital baiana, o processo se torna mais intuitivo: o cidadão agenda a retirada dos resíduos por meio de uma plataforma digital, e as cooperativas parceiras realizam o serviço utilizando pequenos veículos elétricos, semelhantes aos tuktuks usados em centros urbanos densos. A tecnologia embarcada nesses veículos permite monitorar indicadores como rotas, volumes coletados e emissões evitadas de CO₂. Assim, cada coleta deixa de ser apenas uma etapa operacional e passa a integrar um sistema que qualifica dados, amplia a rastreabilidade e reforça a responsabilidade compartilhada.

O desenho do RODA funciona como uma engrenagem que busca corrigir assimetrias históricas. Ao conectar catadores, cooperativas e grandes geradores de resíduos, o projeto se ancora em inclusão socioeconômica, remuneração mais justa e fortalecimento dos atores que sustentam a reciclagem no país. Em vez de replicar modelos genéricos, ele parte das necessidades reais dos territórios e as transforma em método, inovação e política pública em potencial.

Para Saville Alves, líder de negócios da SOLOS, chegar à final da premiação durante a COP30 é mais do que visibilidade; é um sinal de que soluções criadas em nível local têm força para dialogar com desafios globais. Como destaca, o RODA propõe uma lógica que reorganiza o ecossistema da reciclagem urbana de forma mais eficiente e equitativa, alinhada aos princípios da economia circular. Ao reconhecer iniciativas lideradas por territórios brasileiros, o prêmio reforça a relevância do país tanto na agenda climática quanto na construção de modelos de resiliência urbana.

Divulgação – SOLOS

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O anúncio do resultado ocorreu em 12 de novembro, no Resilience Hub Pavilion da Blue Zone, entre 9h e 10h30, reunindo representantes de organizações internacionais, governos locais, empresas e instituições da sociedade civil.

A trajetória da SOLOS ajuda a explicar por que o RODA repercutiu em escala global. A startup atua diretamente com comunidades, governos e marcas que buscam atuar de maneira mais estratégica na economia circular. Seu portfólio inclui sistemas inteligentes para gestão de resíduos, conteúdos educativos e estruturas de reciclagem em grandes eventos — experiências que combinam tecnologia, impacto social e uma dimensão narrativa capaz de engajar o público. Tudo isso compõe um arcabouço que vai além da logística e se aproxima de um projeto de transformação cultural.

Ao longo de sete anos, a SOLOS consolidou parcerias com empresas como Ambev, Braskem, iFood, Nubank e Coca-Cola. Nesse período, coletou mais de 1700 toneladas de resíduos pós-consumo e contribuiu para gerar R$ 6,5 milhões em renda direcionada aos catadores — atores essenciais na engrenagem da reciclagem no Brasil, mas historicamente invisibilizados.

O reconhecimento recebido na COP30 sinaliza algo maior: as cidades brasileiras têm experimentado caminhos próprios para enfrentar a crise climática e reorganizar seus sistemas de produção e descarte. Projetos como o RODA mostram que inovação não está apenas nos grandes laboratórios ou nas grandes corporações, mas também na capacidade de redes locais imaginarem novos arranjos que unem tecnologia, justiça social e preservação ambiental.

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