A Amazônia, reconhecida por sua vasta biodiversidade e significativa reserva de carbono, desempenha um papel crucial no ciclo da água da América do Sul. Um estudo recente, publicado na revista Nature, destaca como as mudanças climáticas afetam essa floresta de maneiras variadas, revelando uma complexa heterogeneidade regional.
Nos anos 2000, Scott Saleska, pesquisador da Universidade do Arizona, observou um fenômeno inesperado: durante um período de seca na Amazônia brasileira, algumas áreas ficaram mais verdes. Essa descoberta levou a uma investigação aprofundada, que revelou a diversidade de respostas da floresta às secas.
A pesquisa, baseada em duas décadas de dados de satélite, identificou que a resiliência da floresta à seca está fortemente ligada ao acesso à água subterrânea. As áreas com água próxima à superfície ou com árvores de raízes profundas demonstraram maior resistência às secas.
Os pesquisadores analisaram três secas específicas: 2005, 2010 e 2015-2016. Em algumas regiões, a proximidade da água subterrânea permitiu que as plantas continuassem a crescer, mesmo em condições secas. Essa resiliência é mais comum na região sul da Amazônia, onde o solo fértil e a água superficial favorecem o crescimento das plantas. Já na região norte, com solo menos fértil e água mais profunda, as árvores desenvolvem raízes profundas que também conferem alguma resistência.
Shuli Chen, autora principal do estudo, celebrou a descoberta, afirmando que a pesquisa destacou a complexidade da Amazônia. “Quando falamos sobre a Amazônia estar em risco, tendemos a pensar nela como uma entidade única. Este estudo mostra que a floresta é um mosaico, com algumas partes mais vulneráveis que outras. Isso é crucial para entender e proteger o ecossistema.”
Este estudo abre caminho para estratégias de proteção mais eficazes, focando especialmente nas áreas mais vulneráveis da floresta. Embora algumas regiões sejam mais resilientes, a continuidade do combate às mudanças climáticas permanece vital, já que partes significativas da floresta ainda correm risco de colapso.
António Nobre, coautor do estudo e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, explicou a importância da Amazônia no ciclo hídrico global. Ele destacou que, além do Rio Amazonas, existe um “rio atmosférico” que transporta grandes volumes de água na direção oposta, essencial para a agricultura e o regime de chuvas na região. “Quebrar esse ciclo ameaça a integridade de todo o sistema”, alertou Nobre.
O estudo ressalta a necessidade de uma abordagem diferenciada para a preservação da Amazônia, levando em conta suas variações regionais. Compreender essa complexidade é essencial para desenvolver medidas de conservação eficazes e garantir a sustentabilidade desse ecossistema vital diante das mudanças climáticas.
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