Meio Ambiente

Seca no Rio Negro dificulta a vida dos ribeirinhos em Manaus

As comunidades sofrem com problemas de mobilidade dos moradores.

A população ribeirinha de Manaus enfrenta uma situação crítica por causa da seca no Rio Negro, que dificulta o acesso às suas comunidades. Na Marina do Davi, principal terminal público para embarque e desembarque de passageiros, é preciso caminhar quase um quilômetro entre lama, areia e pontes precárias para chegar aos barcos que ainda conseguem navegar.

A dona de casa Madalena Soares Fernandes, de 73 anos, mora em Tarumã e toda vez que precisa sair ou voltar para casa passa por essa saga. Ela contou à Agência Brasil que a seca já dura quase três meses e que nunca viu nada igual, nem em 2010, quando o rio também baixou muito.

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“Está horrível, muita areia, muita dificuldade. Quando está cheio, o barco vai até perto de casa e agora acho que demora umas três horas para chegar. E ele [o filho] nem está aqui, só vamos eu e Deus”, disse ela, que levava um garrafão de água e ração para as galinhas que cria.

A seca também afeta os barqueiros que trabalham na Marina do Davi, tanto com transporte de passageiros quanto com passeios turísticos. João da Rocha Lopes, de 52 anos, é um deles e está parado desde outubro, pois seu flutuante encalhou na margem do igarapé.

“Só tinha visto uma seca assim em 2010, mas foi rápida. Essa aqui não, está sendo demorada. Estou sobrevivendo como posso, fazendo uns bicos, mas está difícil”, lamentou.

A seca no Rio Negro é um fenômeno natural que ocorre periodicamente, mas que tem se intensificado nos últimos anos por causa das mudanças climáticas. Segundo o Serviço Geológico do Brasil, o nível do rio chegou a 13,63 metros no dia 15 de novembro, o menor desde 1902.

No fim de semana, nuvens de fumaça voltaram a cobrir o céu de Manaus, deixando a qualidade do ar moderada. Na segunda-feira (20), o Inmet lançou o alerta de chuvas intensas, que pode durar até esta terça. A previsão é de que as precipitações sejam entre 30 e 60 mm/h ou 50 e 100 mm/dia, com ventos intensos de 60-100 km/h. Há risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.

Redação Revista Amazônia

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