Meio Ambiente

Seca: todos os municípios do Amazonas continuam em situação de emergência

Seca afeta quase 600 mil pessoas no Amazonas e rios continuam com níveis baixos

A seca que atinge o Amazonas desde o início do ano persiste e coloca todos os 62 municípios do estado em situação de emergência. Segundo a Defesa Civil amazonense, cerca de 598 mil pessoas estão sofrendo com os efeitos da estiagem, que reduziu o volume de chuvas e o nível dos rios.

De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (SGB), as precipitações aumentaram em algumas bacias da região, principalmente no noroeste, mas foram insuficientes para normalizar a situação hidrológica. Em outras áreas, como no norte e no sul, as chuvas ficaram abaixo da média.

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A pesquisadora de ciências do SGB, Jussara Cury, explica que os rios do Amazonas chegaram a subir com as chuvas, mas logo voltaram a descer, devido à estabilização das vazões no Alto Solimões e no Alto Rio Negro. Ela afirma que os níveis estão muito baixos por causa da estiagem severa que afetou toda a região.

Cury também aponta que o fenômeno El Niño, que provoca o aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico, e o aquecimento das águas superficiais do Atlântico Tropical Norte contribuíram para a redução das chuvas.

Ela diz que, apesar de novembro marcar o início do período chuvoso, ainda há déficit de precipitação em algumas regiões de cabeceira, como no Rio Madeira, que subiu dois metros e depois voltou a descer. Por isso, as chuvas isoladas são importantes para que a bacia possa se recuperar da seca.

A previsão do tempo para esta sexta-feira (24) indica muitas nuvens com pancadas de chuva e possibilidade de trovoadas isoladas durante a tarde para todo o Amazonas.

Os dados da Defesa Civil do Amazonas mostram que, em Manaus, o nível da calha do Negro é de 12,96 metros; em Beruri, o nível da calha do Purus é de 4,14 metros; em Nova Olinda do Norte, o nível da calha do Madeira é de 6,59 metros; em Guajará, o nível da calha do Juruá é de 4,17 metros; em Parintins, o nível da calha do Baixo Amazonas é de -1,98 metros; em Itacoatiara, o nível da calha do Médio Amazonas é de 0,63 metros; em Careiro da Várzea, o nível da calha do Baixo Solimões é de 0,54 metros; em Fonte Boa, o nível da calha do Médio Solimões é de 9,91 metros; e em Tabatinga, o nível da calha do Alto Solimões é de 3,55 metros.

Redação Revista Amazônia

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