Economia

Semana da Sociobiodiversidade fortalece economias locais

Em setembro, Brasília se torna o palco de um movimento de grande relevância para a política ambiental e social do Brasil. A segunda edição da Semana da Sociobiodiversidade trará a voz de mais de 300 participantes de povos e comunidades tradicionais para o centro do debate nacional. De 1º a 5 de setembro, a capital federal será o epicentro de uma série de encontros, debates e manifestações que visam fortalecer as economias sustentáveis e pautar as demandas de quem vive e protege os ecossistemas do país.

O evento é um espaço de articulação política, onde os guardiões da floresta e do mar podem apresentar suas propostas e soluções diretamente aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O tema deste ano, “Fortalecendo Economias Sustentáveis, Pessoas, Culturas e Gerações”, reflete a intenção de ir além da preservação, buscando valorizar os territórios e maretórios tradicionais, e propor políticas públicas que promovam a justiça social e a conservação da biodiversidade.

Foto: divulgação

Diálogo e incidência política – A programação da semana foi pensada para abrir um canal direto de comunicação entre as comunidades tradicionais e o governo. O ponto alto da mobilização será a sessão solene no Congresso Nacional, no dia 4 de setembro, às 14h, com a presença de lideranças de todo o país. A partir das 16h, uma marcha na Esplanada dos Ministérios, em alusão ao Dia da Amazônia, reforçará a mensagem de proteção da floresta e de seus povos.

A manifestação “A Resposta Somos Nós”, na Praça dos Três Poderes, conectará a agenda da sociobiodiversidade com a mobilização global pela COP30, que será realizada em Belém, no Pará. Essa conexão é crucial, pois mostra que as comunidades tradicionais não são apenas vítimas das mudanças climáticas, mas também protagonistas de soluções concretas para a crise.

A organização do evento é uma parceria robusta, liderada pelo Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e pela Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas (Confrem), em colaboração com o Observatório das Economias da Sociobiodiversidade (ÓSocioBio) e outras instituições. Essa união de forças garante que as pautas sejam apresentadas de forma coordenada e eficaz.

Segundo Dione Torquato, secretário-executivo do CNS, a semana é um espaço para que as comunidades extrativistas reafirmem seu papel na proteção dos ecossistemas e na construção de um modelo de desenvolvimento justo e sustentável. O evento não se limita a protestos, mas se propõe a ser um fórum de propostas e soluções.

Documentos para o futuro e o legado da mobilização – O encerramento da semana, em 5 de setembro, será marcado pela plenária final “Avanços e Desafios na Agenda da Sociobiodiversidade”. Neste momento, documentos importantes serão formalmente entregues ao Governo Federal, resultado de todo o trabalho e discussão realizados ao longo da semana.

Entre os documentos, destacam-se a Carta da Sociobiodiversidade e a Carta da Juventude: Rumo à COP30, que levará as reivindicações das novas gerações a líderes nacionais e internacionais. A Carta da Confrem Brasil: pré-COP dos Oceanos focará nas questões de povos e comunidades costeiras e marinhas.

Laura Souza, secretária-executiva do ÓSocioBio, ressalta a importância da mobilização. “A mobilização nacional reforça que povos extrativistas, indígenas, quilombolas e ribeirinhos não são apenas guardiões da floresta, do mar e dos territórios, mas também protagonistas de soluções concretas para a crise climática e para um modelo de desenvolvimento mais justo e sustentável”, destaca.

A Semana da Sociobiodiversidade se consolida como uma plataforma fundamental para que a sociedade brasileira e internacional entendam que a conservação ambiental está intrinsecamente ligada à justiça social e ao reconhecimento dos direitos e saberes de quem vive em harmonia com a natureza. A mobilização em Brasília representa um passo crucial para a valorização de uma economia que respeita as culturas, os territórios e, acima de tudo, a vida em suas diversas formas. A presença no coração do poder político do país é a certeza de que essas pautas não serão mais ignoradas.

Serviço
Data: 1º a 5 de setembro de 2025

Sessão solene no Congresso Nacional: 4 de setembro, às 14h

Marcha e ato público em defesa da Amazônia: 4 de setembro, às 16h, na Esplanada dos Ministérios

Demais atividades da Semana da Sociobiodiversidade ocorrerão na Pousada dos Angicos (Brazlândia/DF)

Mais informações: www.semanadasociobio.com.br

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