Meio Ambiente

Semas participa de encontro nacional que reforça articulação entre União e estados para a gestão das águas

A governança da água no Brasil voltou ao centro das discussões nacionais durante a Reunião com os Secretários de Recursos Hídricos, realizada em Brasília pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O encontro reuniu dirigentes de todo o país com o propósito de fortalecer a cooperação federativa e orientar as próximas etapas de modernização da política hídrica nacional. O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas), participou ativamente das discussões, reforçando a necessidade de integração entre segurança hídrica, clima e ordenamento territorial.

O encontro, realizado na capital federal, marcou um momento decisivo para alinhar expectativas entre União e estados sobre os caminhos futuros da Política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh). A ANA, responsável por coordenar o sistema nacional, buscou identificar onde pode atuar com mais assertividade, especialmente em apoio técnico, financiamento, desenvolvimento de sistemas e disponibilização de dados confiáveis.

Representando o Pará, a secretária adjunta de Gestão de Águas e Clima da Semas, Renata Nobre, destacou que o estado tem avançado na integração entre políticas ambientais, climáticas e territoriais, movimento essencial em uma região marcada pela complexidade amazônica. Segundo ela, o desafio não se restringe à apresentação de resultados, mas à construção conjunta de soluções que garantam eficiência, equidade e resiliência na gestão dos recursos hídricos.

Renata reforçou que o apoio da ANA é decisivo para consolidar uma gestão hídrica moderna no estado. Entre os instrumentos fundamentais está o Progestão, programa federal que incentiva a estruturação dos órgãos estaduais por meio de financiamento condicionado a metas. De acordo com a secretária, garantir previsibilidade e continuidade desses mecanismos é crucial para que estados como o Pará consolidem uma política hídrica alinhada às suas especificidades ambientais e sociais, sobretudo em territórios de difícil acesso ou sujeitos a fortes pressões climáticas.

Ao longo do evento, governanças estaduais de todas as regiões do país apresentaram um retrato comum de desafios. A necessidade de ampliar a rede de monitoramento hidrometeorológico, fortalecer equipes técnicas, padronizar dados, atualizar sistemas e aprofundar a integração entre clima e recursos hídricos surgiu como pauta central. Muitos estados relataram dificuldades estruturais que impedem respostas ágeis diante de eventos extremos, como secas prolongadas e enchentes repentinas — fenômenos que têm se tornado mais frequentes com a intensificação das mudanças climáticas.

Foto: Divulgação – Ag. Pará

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Outro ponto de destaque foi a importância da cooperação regional. Várias bacias hidrográficas transpassam fronteiras estaduais, o que torna indispensável que governos trabalhem de maneira articulada. Para estados amazônicos, essa integração assume dimensão estratégica, uma vez que rios de grande porte sustentam abastecimento, transporte, energia, produção pesqueira e modos de vida tradicionais.

O encontro resultou também em contribuições para a Carta de Brasília 2025, documento que deve consolidar prioridades pactuadas entre União e estados. Entre elas estão o aprimoramento da governança hídrica, o fortalecimento dos órgãos estaduais, a ampliação da transparência e a integração entre políticas climáticas e de recursos hídricos. A carta deverá servir como referência para o planejamento federal e para programas de cooperação nos próximos anos.

A presença da Semas no evento reforça o posicionamento estratégico do Pará na agenda nacional da água. Em um estado onde grandes rios moldam a cultura, a economia e o território, aprimorar a gestão hídrica é condição para garantir desenvolvimento sustentável, segurança climática e qualidade de vida para milhões de pessoas. A participação ativa no debate federativo é, portanto, mais do que institucional: é uma escolha política alinhada ao futuro da Amazônia.

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