Sequenciamento genético da biodiversidade brasileira
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) vem utilizando tecnologias de ponta, como o sequenciamento genético, para aprofundar o conhecimento sobre a biodiversidade da fauna e flora brasileiras, uma das mais ricas do planeta, onde investiga novas abordagens científicas para contribuir com a preservação de espécies na Amazônia, focando no uso de técnicas inovadoras baseadas no DNA.
Essas ferramentas, que analisam o material genético presente em amostras ambientais (como água e solo), permitem identificar diversas espécies sem a necessidade de avistamentos visuais ou registros sonoros. O sequenciamento de DNA metabarcoding ou ambiental (eDNA), parte fundamental do Projeto Genômica da Biodiversidade Brasileira (GBB), vem se destacando por sua eficiência na catalogação e monitoramento da biodiversidade, gerando bancos de dados genéticos compartilháveis que aceleram a pesquisa e a tomada de decisões.
“O sequenciamento revela as peculiaridades de cada espécie e como elas interagem com o ambiente. Com esse conhecimento, desenvolvemos soluções mais eficazes para a conservação e o monitoramento dos ecossistemas”.
Firmado em 2023, o projeto GBB, fruto de uma parceria entre o ICMBio e diversos centros de pesquisa, é o maior esforço já realizado para o sequenciamento genético da fauna e flora nacionais. O projeto, que abrange 42 Unidades de Conservação e envolve mais de 190 pesquisadores, já analisou 546 espécies, gerando valiosos dados sobre a biodiversidade brasileira.
A coordenadora técnica do GBB no ICMBio, Amely Martins, destaca a importância do projeto para a preservação da Amazônia e do Brasil. “Este projeto amplia o conhecimento sobre as espécies e fornece subsídios essenciais para o planejamento de estratégias de conservação, como os Planos de Ação Nacional para espécies ameaçadas.”
Expedições como a realizada na Floresta Nacional do Tapajós, em junho de 2023, exemplificam o trabalho de campo do GBB. Mais de 200 amostras, incluindo solo e invertebrados, foram coletadas para análise genética, contribuindo para o avanço das pesquisas.
A cidade de Belém sediará pela primeira vez na América Latina a 9ª edição da Conferência Internacional Código de Barras da Vida (iBOL), entre 3 e 6 de setembro, no Teatro Maria Sylvia Nunes da Estação das Docas. O evento reunirá especialistas e representantes de instituições de pesquisa de todo o mundo para discutir como o sequenciamento genético pode influenciar a conservação da biodiversidade e práticas sustentáveis.
Paul Hebert, organizador do evento, enfatiza a escolha estratégica de Belém para sediar o encontro, visto que a cidade é um “portal para a biodiversidade amazônica”. Hebert ressalta que as discussões em Belém são essenciais para o avanço do projeto BIOSCAN, uma iniciativa de US$ 180 milhões destinada a promover a convivência harmoniosa da humanidade com a natureza até meados do século.
Com eventos como esse e iniciativas inovadoras como o GBB, o Brasil se posiciona na vanguarda dos esforços globais para a preservação da biodiversidade.
Mais informações do evento podem ser obtidas no site Home | 9th International Barcode of Life Conference (grenadine.co)
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