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Sisteminhas Comunidade Inicia Expansão Nacional

A Embrapa Cocais e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) assinaram um termo de execução descentralizada (TED) para a implantação de mil Sisteminhas Comunidades em diversas regiões do Brasil. O projeto, intitulado “Sisteminhas Comunidades: Povos e Comunidades Tradicionais”, encontra-se na fase de planejamento e estruturação das ações. Este esforço visa promover o desenvolvimento sustentável e a segurança alimentar, possibilitando a produção de vegetais e pequenos animais para consumo local.

Expansão e Desenvolvimento do Projeto

Desenvolvida inicialmente pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), a tecnologia foi aprimorada pela Embrapa. Agora, será disseminada nacionalmente através de ações do MDA, com suporte da Embrapa e outras instituições parceiras, como institutos federais de educação. A meta é instalar mil Sisteminhas Comunidades em um período de 36 meses, formando uma rede nacional de apoio.

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Reuniões e Planejamento

O pesquisador da Embrapa Cocais, Luiz Carlos Guilherme, responsável pelo desenvolvimento do Sisteminha, está participando de reuniões em locais onde o projeto já está estabelecido, preparando a expansão regional. De 3 a 5 de julho, uma reunião ocorreu em Dourados (MS) com equipes de pesquisadores da piscicultura, gestores da Embrapa Agropecuária Oeste, e representantes do MDA e Funai.

Reuniões anteriores aconteceram em Roraima, Pernambuco, Piauí e Maranhão, com novos encontros programados para Ceará, Paraná, Rondônia, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul.

Impacto Comunitário e Sustentável

Luiz Carlos Guilherme destacou que o projeto se diferencia por sua abordagem comunitária, promovendo oportunidades de negócios e formas coletivas de lidar com insumos, orientações técnicas e formação de lideranças. “A visão coletiva e a rede de parceiros e instituições formam um batalhão coletivo de multiplicadores populares, potencializando a capacidade de produção e empoderamento das famílias em situação de vulnerabilidade”, afirmou.

O projeto enfatiza a produção de peixes, ovos e vegetais como macaxeira, milho, abóbora, batata-doce, inhame, feijão e melancia, promovendo segurança alimentar e nutricional para as famílias participantes. “O Sisteminha Comunidades oferece autonomia e uma fonte de aprendizado e conexão comunitária, destacando seu papel na inovação tecnológica e social para a sustentabilidade e desenvolvimento local”, completou Guilherme.

Importância da Etapa de Seleção

Auro Akito Otsubo, Chefe Adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agropecuária Oeste, ressaltou a importância da fase de planejamento, que permite uma ampla interação entre os participantes e líderes comunitários. “Essa metodologia vai proporcionar resultados mais adequados às necessidades e características geográficas e culturais de cada aldeia envolvida”, afirmou. A instalação inicial está sendo negociada com as aldeias indígenas de Dourados e Carapó, com perspectivas de expansão para outras comunidades tradicionais do estado.

Ramão Fernandes, capitão da Aldeia Jaguaipiru da etnia Kaiowá, expressou entusiasmo pelo projeto: “Vamos abraçar a iniciativa e concretizar o sonho de produzir nosso próprio alimento.”

Sobre a Tecnologia Social

O Sisteminha Comunidades representa uma inovação significativa na produção de alimentos, destinada a comunidades indígenas, quilombolas e outros grupos tradicionais. A tecnologia envolve até 15 módulos de produção miniaturizados, incluindo peixes, aves, composteiras, minhocas e cultivo de diversas plantas. Essa abordagem não só produz alimentos de forma sustentável, mas também melhora o solo, a qualidade da água e a biodiversidade.

Além de facilitar o acesso a insumos de alta qualidade, o projeto combina práticas tradicionais com tecnologia avançada para garantir segurança alimentar e nutricional. Alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, o Sisteminha aborda questões como erradicação da pobreza, fome zero, saúde e bem-estar, igualdade de gênero, água limpa e saneamento, redução das desigualdades e consumo e produção responsáveis.

Sisteminhas no Mato Grosso do Sul

De 2 a 5 de julho, a Embrapa Agropecuária Oeste reuniu-se com representantes da Funai, MDA e lideranças indígenas de Dourados e Caarapó, dando continuidade às Oficinas Sisteminhas Comunidades MS. O pesquisador Laurindo Rodrigues coordena as ações locais do projeto, que visa inicialmente a instalação de módulos de produção nas aldeias indígenas de Dourados e Caarapó, com possibilidade de expansão para outras comunidades.

Alex Rodrigues, professor de Agroecologia na Escola Guateka da Aldeia Indígena Bororó, destacou os benefícios do projeto para a comunidade. “Estamos próximos à cidade de Dourados, o que facilita o acesso a recursos. A proposta do Sisteminha Comunidades trará muitas novidades boas em apenas dois anos, podendo transformar a realidade da região.”

Este projeto reforça a importância de unir esforços entre técnicos, produtores e instituições para promover o desenvolvimento sustentável e a segurança alimentar no Brasil.

Fonte: Agência Gov | Via Embrapa

Redação Revista Amazônia

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