Após quinze dias intensos de atividades, encerrou-se nesta sexta-feira (02), em Belém, a primeira edição do Programa Suíço-Brasileiro de Inovação Sustentável para a Bioeconomia, o nexBio Amazônia, organizado pela Swissnex. A Swissnex é uma rede global da Confederação Suíça que conecta parceiros, projetos e iniciativas nas áreas de educação, pesquisa e inovação.
Na quinta-feira (01), no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, os participantes comemoraram o Dia Nacional da Suíça e os resultados iniciais do programa, com a presença do Cônsul Geral da Suíça no Rio de Janeiro, Bernhard Furger, e do Diretor-Presidente da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisa (Fapespa), Marcel Botelho, entre outras autoridades.
Durante as últimas duas semanas, sete startups brasileiras, sete startups suíças e cinco pesquisadores de universidades suíças se reuniram em Belém para uma imersão. A programação incluiu viagens de campo para conhecer a produção na floresta amazônica na Ilha do Combu, Altamira, Santarém e Ilha de Cotijuba.
Os participantes também participaram de workshops, sessões de orientação e eventos de networking; conectaram-se com programas complementares de startups locais e internacionais; aprofundaram-se em ferramentas aceleradoras e mecanismos de financiamento; receberam aconselhamento sobre internacionalização, inteligência de mercado e prospecção; além de apoio no desenvolvimento e teste de serviços e modelos de negócios, e suporte logístico e administrativo.
Vicent Neumann, Gerente de Inovação e Startups da Swissnex Brasil, destacou que a primeira edição do nexBio Amazônia alcançou seu principal objetivo de iniciar soluções tecnológicas sustentáveis, de curto prazo, fáceis e rápidas de implementar, que melhoram a sustentabilidade e eficiência das cadeias produtivas existentes.
“O principal objetivo do nexBio Amazônia foi melhorar a sustentabilidade e a eficiência de redes produtivas já existentes. Com base nisso, chamamos startups do Brasil e da Suíça, acompanhados por cinco pesquisadores que atuaram em momentos diferentes durante o programa. Esta foi a primeira edição do nexBio Amazônia e queremos realizar mais edições, ampliar esse canal entre a Suíça e o Brasil, que, na minha opinião, terá um crescimento exponencial. Fizemos muitos contatos nos últimos dois anos e, em breve, veremos os impactos positivos disso”, afirmou Neumann.
Marcel Botelho, Diretor-Presidente da Fapespa, parceiro local do programa, destacou a oportunidade que o programa ofereceu às startups participantes de conhecer as diferentes realidades amazônicas. “Estamos trabalhando para transformar a floresta de um passivo ambiental em um ativo para o povo amazônico, como objetiva o nexBio Amazônia. Queremos valorizar nossos saberes tradicionais, ancestrais, nossa cultura e nossa forma de lidar com a floresta”, ressaltou Botelho.
Marco Failache, da startup Amaztrace, sediada em Macapá, Amapá, acredita que o programa abriu novas portas para seu negócio. “Tínhamos grandes expectativas em relação a esse programa, pois trabalhamos com rastreabilidade de cadeias produtivas. Com a implementação da lei anti-desmatamento da União Europeia em dezembro de 2024, queríamos obter informações sobre como atuar. A participação no programa abriu muitas portas e conseguimos identificar uma estratégia de mercado para os próximos meses. Certamente, valeu muito a pena”, afirmou Failache.
Lauro Barata, professor e pesquisador da startup In Amazon Bioproducts, da região de Santarém, Pará, também celebrou a possibilidade de construir novos contatos para seu negócio, que trabalha com produtos da biodiversidade. “Foi muito interessante do ponto de vista dos contatos, pois, além das sete startups brasileiras e suíças, tivemos muita atenção da organização do nexBio Amazônia. A oportunidade de conhecer todos e ver como podemos cooperar, não só em parcerias, mas também em possibilidades de financiamento para nossas pesquisas, foi excelente”, disse Barata.
O engenheiro florestal suíço Dieter Bratschi, sócio da Amazomel, localizada na Região Metropolitana de Manaus, Amazonas, destacou a contribuição do programa para expandir conhecimentos sobre a produção de produtos de abelhas nativas da Amazônia sem ferrão. “Nosso objetivo foi compartilhar o conhecimento sobre a importância dessas abelhas para a polinização da floresta e para a renda dos moradores locais com a venda de mel. Poucas pessoas conhecem essas abelhas, mas elas podem aumentar a produtividade do açaí em mais de 30%”, explicou Bratschi.
Durante a cerimônia, duas startups foram premiadas por seu desempenho, escolhidas por votação dos participantes: Da Tribu (brasileira) e SwissDeCode (suíça), que receberam certificados de excelência. Um júri especializado escolheu duas startups para participar do Treinamento Academia-Indústria (AIT), também uma iniciativa da Swissnex, com custos pagos. As escolhidas foram SwissDeCode, da Suíça, e Amaztrace, do Brasil.
Bernhard Furger, Cônsul Geral da Suíça no Rio de Janeiro, destacou que esta foi a primeira celebração do Dia Nacional da Suíça no Pará e anunciou a abertura de um consulado honorário na capital paraense. “Estamos trabalhando na restauração da casa de Emilio Goeldi no Museu, que será a Casa Suíça durante a COP30 e outros eventos. Esperamos transformar esse edifício histórico em um ponto de encontro para conectar projetos entre a Suíça e o Pará.
O nexBio Amazônia reuniu startups suíças e brasileiras para desenvolver soluções tecnológicas que melhoram a sustentabilidade e eficiência das cadeias produtivas locais. O programa aproximará os ecossistemas de ciência, tecnologia e inovação da Amazônia e da Suíça de forma dinâmica e eficaz”, afirmou Furger.
O programa nexBio Amazônia contou com parcerias da Fapespa, ILMD Fiocruz Amazônia, Sesc Brasil e Universidade de St. Gallen. A preparação para esta edição começou no ano passado com um workshop de cocriação em Belém, envolvendo especialistas do governo, academia, comércio, indústria e sociedade civil do Pará, para definir os eixos temáticos.
As startups foram selecionadas por edital, priorizando tecnologias inovadoras para setores com alta necessidade de soluções: cacau e cupuaçu, óleos essenciais, indústria pesqueira e outros produtos florestais não madeireiros. O programa apresentou soluções em áreas sensíveis como otimização da cadeia de suprimentos, garantia de qualidade, rastreabilidade, gestão da informação, empoderamento comunitário e inovação social.
A Swissnex é uma iniciativa do governo suíço dedicada a promover a colaboração internacional em educação, pesquisa e inovação. Com escritórios em todo o mundo, incluindo no Brasil, a Swissnex facilita o intercâmbio de ideias e tecnologias entre a Suíça e outros países, promovendo o progresso global por meio da inovação.
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