Fonte: Agência FAPESP
Em meio ao aumento de eventos climáticos extremos, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um software inovador que utiliza inteligência computacional para orientar a poda de árvores, minimizando riscos de quedas. A ferramenta, que combina biologia, engenharia e matemática, promete revolucionar o manejo arbóreo nas cidades.
Tempestades cada vez mais intensas têm causado a queda de centenas de árvores em áreas urbanas, resultando em mortes e prejuízos materiais. Só na capital paulista, em um único dia de março, foram registradas 330 quedas, uma das quais fatal. Anualmente, estima-se que cerca de 2 mil árvores tombem na cidade, desconsiderando parques e áreas de preservação.
O sistema desenvolvido pela USP utiliza escaneamento a laser para criar modelos 3D das árvores, que são então analisados por um algoritmo especializado. Esse “software da poda” calcula o corte ideal para manter o equilíbrio estrutural, evitando enfraquecimentos que possam levar a quedas.
“Árvores são estruturas naturalmente otimizadas. Uma poda mal feita pode comprometer sua resistência. Nosso sistema avalia desde deformações até a resistência aos ventos, permitindo intervenções muito mais precisas”, explica Emílio Carlos Nelli Silva, professor da Poli-USP e um dos responsáveis pelo projeto.
Em testes no campus da USP, os pesquisadores conseguiram podar até 20% da copa sem desequilibrar a árvore. Em outro experimento, um corte diferente aumentou os pontos de fragilidade, comprovando a importância da precisão no processo.
Atualmente, a poda urbana é limitada a 30% da copa e feita com base em avaliações humanas, que nem sempre são tão exatas. “O algoritmo pode reduzir significativamente os riscos, mas ainda precisamos quantificar em quanto”, afirma Marcos Buckeridge, do Instituto de Biociências da USP.
O grupo planeja incorporar dados meteorológicos ao sistema, como direção e velocidade dos ventos, para identificar áreas de maior vulnerabilidade. Além disso, querem incluir informações sobre as raízes, que também influenciam na estabilidade das árvores.
“Queremos tornar o software mais rápido e acessível, permitindo que prefeituras e startups o utilizem em larga escala”, diz Buckeridge. A Prefeitura de São Paulo já demonstrou interesse na tecnologia, que pode se tornar uma aliada no combate aos efeitos das mudanças climáticas.
A pesquisa nasceu de uma conversa entre os cientistas em um restaurante que abriga uma centenária figueira. A curiosidade sobre a estrutura das árvores levou à criação de um modelo computacional inspirado na eficiência da natureza, assim como a maçã de Newton serviu de base para a teoria da gravidade.
“Se a natureza já otimizou essas estruturas, por que não usarmos a tecnologia para preservá-las?”, reflete Nelli Silva. Com avanços como esse, as cidades podem se tornar mais seguras e resilientes, mantendo suas árvores e seus benefícios em pé.
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