O ano de 2024 marcou um aumento de 1,6°C na temperatura média global, ultrapassando o limite de 1,5°C estabelecido no Acordo de Paris. Esse aumento reforça a urgência de ações globais para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e erradicar o desmatamento, alertam especialistas. Patrícia Pinho, diretora adjunta de Pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), afirma que a ciência já previa esse cenário desde 2023, destacando que o comprometimento internacional em abandonar os combustíveis fósseis e proteger os biomas naturais é fundamental para conter o aquecimento global.
A informação, divulgada pelo observatório Copernicus na sexta-feira (10), mostra que o aumento de 1,6°C pode ter impactos regionais muito distintos. Para o Ártico, por exemplo, isso significa um aquecimento de até 7°C, acelerando o degelo da região. Já na Amazônia, o aumento de temperatura pode chegar a 4°C, o que teria consequências graves tanto para a população local quanto para os ecossistemas, que já enfrentam desequilíbrios devido a esses extremos climáticos.
As principais causas desse aquecimento recorde são a emissão de gases como o dióxido de carbono, resultantes da queima de combustíveis fósseis, do desmatamento e das queimadas. O IPAM já propôs o cancelamento de novos projetos de exploração de petróleo no Brasil e sugeriu a criação de “royalties verdes” para compensação das emissões de carbono.
Em 2024, o Brasil experimentou eventos climáticos extremos que exacerbam os efeitos da mudança do clima, com incêndios se espalhando e a fumaça prejudicando a saúde das populações, além de afetar a economia e o meio ambiente. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) calculou que a área queimada no Brasil foi a maior desde 2010.
Embora o desmatamento tenha diminuído na Amazônia, continua sendo uma das principais ameaças ao clima. O IPAM aponta que, caso 56,5 milhões de hectares de terras públicas na Amazônia sejam destinados à conservação, terras indígenas ou uso sustentável, seria possível evitar a emissão de mais de 8 bilhões de toneladas de carbono — equivalente a um ano inteiro de emissões globais. A Amazônia e o Cerrado são responsáveis por 85% do desmatamento, com um aumento considerável na devastação do Cerrado.
O agronegócio, um dos maiores pilares econômicos do Brasil, depende das chuvas geradas pelos ecossistemas naturais. Sem investimentos em adaptação, as mudanças climáticas podem comprometer até 70% das áreas agrícolas no Centro-Oeste até 2050, segundo estudo do IPAM publicado na Nature Climate Change.
Pinho ressalta ainda que apenas 30 municípios brasileiros possuem planos de adaptação climática completos. A estimativa é que a América do Sul precisará de 200 bilhões de dólares anuais até 2030 para implementar essas medidas. Se esse atraso não for corrigido, o custo futuro será três vezes maior, com a população sendo cada vez mais exposta a catástrofes climáticas, como as que o Brasil já enfrenta atualmente.
O aumento da temperatura global em 2024 serve como um alerta, exigindo ações urgentes para proteger o meio ambiente e garantir a adaptação do país às mudanças climáticas iminentes.
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