Imagem: Miguel Monteiro/IDSM
O Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), inaugurou, em dezembro, a primeira torre dedicada ao monitoramento da emissão de gases de efeito estufa em florestas de várzea da Amazônia. Localizada na Reserva Mamirauá, a torre tem 48 metros de altura e se ergue acima da copa das árvores, destacando-se na paisagem amazônica.
A “Torre de Fluxo do Mamirauá”, como foi chamada, conta com sensores que vão monitorar, por vários anos, as emissões de gases como o metano, um dos principais responsáveis pelo aquecimento global, nas florestas de várzea. Essas áreas, que são inundadas ao longo dos grandes rios da Amazônia, como os rios Solimões e Amazonas, ainda careciam de estudos específicos sobre seus impactos climáticos.
De acordo com Ayan Fleischmann, pesquisador do Instituto Mamirauá e coordenador do projeto, o principal objetivo da torre é analisar o balanço de carbono e as dinâmicas dos gases de efeito estufa nessas florestas alagadas. Ele destacou que o estudo de emissões de metano nessas regiões alagadas da Amazônia representa um avanço significativo no entendimento de suas implicações climáticas.
O local escolhido para a instalação da torre é submerso por água durante metade do ano, podendo chegar a mais de quatro metros de profundidade em anos de cheia intensa. A construção da torre, que levou mais de um ano para ser planejada e executada, enfrentou desafios logísticos devido à seca extrema que impossibilitou o acesso em alguns períodos, mas foi concluída entre novembro e dezembro.
Embora existam outras torres de monitoramento na região, como a Torre ATTO, muito maior, e as torres do projeto AmazonFace, a instalação em florestas de várzea é pioneira. “Nossa torre será a primeira a focar nesses ecossistemas únicos”, afirmou Fleischmann.
O financiamento da obra veio da Fundação Gordon & Betty Moore, que garantiu os recursos para a estrutura e os equipamentos de medição de gases como metano, dióxido de carbono e vapor d’água, além de variáveis hidrometeorológicas essenciais para o estudo.
O projeto também tem um forte compromisso com a comunidade local. As populações da região foram envolvidas desde o início, com ações de educação ambiental e programas de interação com escolas locais. Um plano de trabalho já está sendo elaborado com a escola da comunidade São Raimundo do Jarauá, que fica próxima à torre. A ideia é que os alunos possam estudar temas como clima, hidrologia e mudanças climáticas, com o objetivo de formar uma nova geração de cientistas ribeirinhos.
“Nosso objetivo é engajar a comunidade, especialmente os jovens, e proporcionar uma aprendizagem contínua sobre os temas que impactam suas vidas”, concluiu Fleischmann.
A Amazônia, com sua vasta biodiversidade, é um celeiro de ingredientes que moldaram a culinária…
Descubra os sabores intensos, exóticos e pouco conhecidos que transformam a culinária amazônica em uma…
O avanço das mudanças climáticas tem transformado o comportamento térmico do planeta. Ondas de calor,…
Uma equipe internacional de pesquisa desenvolveu o primeiro conjunto de dados do mundo com resolução…
Quem já se deparou com um jabuti-piranga caminhando lentamente pelo quintal ou cruzando uma trilha…
Entre as matas fragmentadas do sudeste brasileiro, o mico-leão-dourado trava uma batalha silenciosa para continuar…
This website uses cookies.