A utilização global de plásticos está projetada para quase triplicar nas próximas décadas, saltando de 400 milhões de toneladas anuais para mais de 1,2 bilhão entre 2050 e 2060, números desproporcionais a reciclagem. A maior parte desse aumento será observada em economias emergentes da África Subsaariana e Ásia, embora se estime que países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) também duplicarão o consumo do material nesse período.
Apesar do crescimento, os plásticos reciclados ainda representarão uma pequena parcela do total consumido. Em 2060, apenas 12% dos plásticos serão reciclados, enquanto a quantidade de resíduos plásticos deverá quase triplicar, com grande parte indo para aterros e uma fração mínima sendo reciclada. Essa projeção foi apresentada pela professora Elena Fernandez de la Iglesia, da Universidade Complutense de Madri (UCM), que destaca a importância de políticas econômicas para reverter esse cenário.
De acordo com a pesquisadora, uma das ferramentas mais eficazes para incentivar a reciclagem e diminuir o descarte inadequado de plásticos é a tributação. Segundo ela, o sistema tributário pode ser uma alavanca importante para a mudança de comportamento de produtores e consumidores, ao impor impostos baseados na quantidade e no tipo de material utilizado, promovendo uma redução na geração de resíduos e favorecendo práticas de reutilização e reciclagem.
“Elos de políticas fiscais são essenciais para fomentar a transição para uma economia circular, priorizando a prevenção de resíduos e a maximização da reciclagem”, afirmou de la Iglesia durante sua palestra na FAPESP Week Spain, que ocorreu entre 27 e 28 de novembro no campus da UCM.
No Brasil, a situação também é preocupante. Dos 80 milhões de toneladas de resíduos gerados anualmente no país, apenas 4% são reciclados, um índice muito inferior à média global de 9%. Janaína Mascarenhas Hornos da Costa, professora da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP), ressaltou que o Brasil perde anualmente cerca de US$ 2,5 bilhões devido à baixa taxa de reciclagem.
Para aumentar a reciclagem no Brasil, Costa acredita que é fundamental integrar a transformação digital ao processo de gestão de resíduos. “Não será possível atingir metas mais ambiciosas de reciclagem, como 40%, sem a adoção de tecnologias digitais, que já são utilizadas em diversos setores industriais”, afirmou a pesquisadora. A inovação tecnológica é vista como uma peça-chave para aprimorar a logística e aumentar a eficiência da reciclagem no país.
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