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Vacina brasileira contra a mpox avança para testes em humanos

Testes da vacina brasileira contra a mpox avançam

O Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) anunciou estar próximo de iniciar os testes em humanos de uma vacina brasileira contra a mpox, etapa crucial no desenvolvimento do imunizante. Segundo a instituição, a equipe está finalizando o Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento (DDCM) para envio à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aguardando a aprovação para dar início aos ensaios clínicos.

A importância desse imunizante aumentou após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a mpox uma emergência de saúde pública de importância internacional, devido ao risco de disseminação global e ao potencial de nova pandemia. No entanto, o desenvolvimento da vacina nacional já estava em andamento há dois anos, desde a primeira emergência causada pela doença.

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Conforme a UFMG, a vacina brasileira utiliza um vírus atenuado e não replicativo, garantindo uma alta segurança, inclusive para grupos como imunossuprimidos e gestantes. Os testes preliminares mostraram resultados promissores, com uma forte resposta imunológica e produção de anticorpos neutralizantes.

Em uma publicação nas redes sociais, Karine Lourenço, líder da Plataforma de Vetores Virais do CTVacinas, afirmou que a vacina demonstrou ser “protetora e esterilizante” durante os estudos. Ela também destacou que o Brasil já possui capacidade para produzir em larga escala a cepa atenuada do vírus vaccinia, o que acelera o processo para a submissão à Anvisa e o início dos testes clínicos.

Prioridade nacional

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) destacou que a vacina contra a mpox está entre as prioridades da Rede Vírus, um comitê de especialistas focado no desenvolvimento de diagnósticos, tratamentos e vacinas para vírus emergentes no Brasil. O MCTI também lembrou que, em 2022, o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos forneceu à UFMG uma semente do vírus da mpox, crucial para a produção do insumo farmacêutico ativo (IFA) da vacina.

Atualmente, a pesquisa está focada na expansão da produção para atender à demanda em larga escala, conforme informou o MCTI. A dose é baseada em um vírus semelhante ao da mpox, atenuado a ponto de não conseguir se replicar em mamíferos, incluindo humanos.

Vacinas disponíveis

Atualmente, a OMS reconhece duas vacinas contra a mpox: a Jynneos, da farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, que utiliza um vírus atenuado e é recomendada para adultos, inclusive gestantes e pessoas com HIV; e a ACAM 2000, da norte-americana Emergent BioSolutions, que contém o vírus ativo e apresenta mais efeitos colaterais e contra-indicações.

Com a emergência global declarada, o Ministério da Saúde brasileiro negocia a compra de 25 mil doses da Jynneos através da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Desde 2023, após a aprovação provisória pela Anvisa, o Brasil já recebeu cerca de 47 mil doses da vacina, tendo aplicado aproximadamente 29 mil.

Redação Revista Amazônia

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