Fonte: Revista Mineração Ltda
A Vale vai lançar, nos próximos meses, um novo tipo de minério de ferro com teor médio de ferro, entre 60% e 63%, como resposta à demanda das siderúrgicas chinesas, que enfrentam margens de lucro cada vez menores em meio à desaceleração da economia do país. A China, responsável por 62% das vendas da mineradora brasileira, é seu principal mercado consumidor.
O novo produto será obtido a partir da combinação do minério de alta qualidade da região de Carajás, com 66% de teor de ferro, com estéril — material antes descartado no processo de extração. Essa estratégia visa oferecer uma alternativa mais acessível ao mercado chinês, sem comprometer totalmente a qualidade.
Segundo o vice-presidente comercial da Vale, Rogério Nogueira, a decisão responde diretamente à necessidade dos clientes. “Nossos clientes estão operando com margens muito baixas (…), e o que eles realmente estão buscando são minérios de ferro de grau médio”, explicou durante um encontro com investidores.
Essa mudança de posicionamento representa uma inflexão na estratégia histórica da empresa, tradicionalmente reconhecida pela oferta de minérios de alta pureza, especialmente os de Carajás, valorizados por sua eficiência na produção de aço e por contribuírem para a redução de emissões de CO₂.
A queda na diferença de preço entre minérios de teor médio e baixo, registrada por fontes como o portal MySteel, reflete o aumento da procura por opções mais econômicas, pressionando empresas a reavaliar seus produtos.
Gigantes do setor, como as australianas Fortescue e Rio Tinto, também estão adaptando seus portfólios. A Rio Tinto, por exemplo, reduziu o teor de seu principal minério de 61,6% para 60,8%, alinhando-se à nova realidade do mercado.
Apesar do foco momentâneo na competitividade e no custo, a Vale assegura que sua estratégia continua alinhada com metas de sustentabilidade. Débora Doblas, gerente de estratégias corporativas da empresa, destacou que o ajuste na produção não representa um abandono da agenda verde. “A siderurgia com margem apertada e o preço do carvão mais deprimido acabam não incentivando a aceleração da agenda de descarbonização”, pontuou.
Hoje, a produção de aço por rotas menos poluentes, como a de redução direta, representa menos de 5% na China, o que limita o impacto imediato de minérios de alta pureza na redução de emissões. Ainda assim, a Vale reforça que mantém o compromisso com a transição energética de longo prazo.
Ao diversificar sua oferta com minérios de teor médio, a Vale pretende manter sua participação no competitivo mercado asiático sem abandonar sua vocação para produtos de qualidade superior. A medida representa um equilíbrio entre a necessidade de adaptação ao curto prazo e a visão estratégica para o futuro.
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