O valor do carbono capturado por um hectare de laranjeiras foi recentemente estimado em US$ 7,72 por tonelada de CO2 equivalente (tCO2e), um marco inédito para a citricultura brasileira. Esta estimativa, realizada pela Embrapa Territorial (SP) e apresentada no 62º Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober), poderá servir de referência tanto para o mercado voluntário de carbono quanto para iniciativas de sustentabilidade, como o pagamento por serviços ambientais.
Segundo Daniela Tatiane de Souza, analista da Embrapa, poucos estudos no Brasil abordam a precificação do carbono na agricultura, e nenhum até agora havia focado na citricultura, um setor crucial para o agronegócio exportador do país. Não há ainda um mercado regulado de carbono na agricultura que permita avaliar valores praticados. “Estamos desenvolvendo um trabalho proativo para criar perspectivas e estabelecer referências usando metodologias reconhecidas internacionalmente”, explica.
O dióxido de carbono (CO2), sendo o gás de efeito estufa mais emitido desde a Revolução Industrial, é utilizado como parâmetro para calcular o impacto ambiental de outras emissões. A precificação do carbono em atividades econômicas cria um incentivo financeiro para o desenvolvimento de práticas mais sustentáveis, como a redução do uso de nitrogênio na adubação, o que minimiza a emissão de óxido nitroso, outro potente gás de efeito estufa.
Lauro Rodrigues Nogueira Júnior, pesquisador da Embrapa, explica que a precificação do carbono é fundamental para entender quanto deve ser pago por cada tonelada de CO2 que deixa de ser emitida ou é removida da atmosfera. Esse valor serve como referência tanto para quem recebe quanto para quem paga por tais serviços ambientais, e é crucial para programas governamentais de redução de emissões e pagamento por serviços ambientais.
O valor de US$ 7,72 por tCO2e estimado para a citricultura está em linha com o que se observa no mercado voluntário de carbono internacional para o setor agrícola, onde os preços variaram de US$ 6,61 a US$ 11,02 nos últimos três anos. A estimativa da Embrapa foi baseada em dados socioeconômicos e ambientais de 297 municípios do cinturão citrícola, combinando fatores como o Produto Interno Bruto (PIB) municipal, a participação da agricultura, e as emissões per capita de CO2.
Esse estudo é parte de um projeto mais amplo da Embrapa e do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), que avalia tanto os estoques de carbono quanto a biodiversidade em áreas citrícolas de São Paulo e Minas Gerais. O projeto foi financiado pelo Fundo de Inovação para Agricultores da empresa britânica innocent drinks e tem como objetivo apoiar a transição para uma agricultura de baixo carbono.
A pesquisa estimou que o cinturão citrícola brasileiro possui 36 milhões de toneladas de carbono estocadas em pomares, solos e áreas de vegetação nativa. Um hectare de citros é capaz de armazenar cerca de duas toneladas de carbono por ano, o que equivale a 7,32 tCO2. Além disso, o projeto identificou 314 espécies de animais silvestres na região, incluindo aves, mamíferos e répteis, alguns dos quais são de grande porte, como a onça-parda e o lobo-guará.
O Brasil, maior produtor mundial de suco de laranja, detém 35% da produção global da fruta e 75% do comércio internacional do suco. Na última safra, foram produzidas 307,22 milhões de caixas de laranja e exportadas mais de 2,8 milhões de toneladas de suco, movimentando cerca de US$ 14 bilhões anualmente.
Fonte: Agência Gov | via Embrapa
Em um avanço revolucionário, cientistas da IBM e da Cleveland Clinic utilizaram um computador quântico…
Quando as pessoas pensam em comércio de vida selvagem, elas frequentemente imaginam contrabandistas trazendo espécies raras…
Em um avanço científico sem precedentes, pesquisadores da Universidade de Sun Yat-sen realizaram com sucesso…
O lírio da paz é uma planta elegante e fácil de cuidar, mas para mantê-lo…
A lixeira da cozinha pode se tornar uma grande fonte de odores desagradáveis se não…
Algo estava acontecendo com os pássaros em Tiputini. O centro de pesquisa de biodiversidade, enterrado…
This website uses cookies.