Meio Ambiente

Verões longos do árticos aumentam risco de extinção do urso polar

 

O estudo, publicado na revista Nature Communications, mostra que é improvável que eles se adaptem a passar mais tempo em terra firme, já que enfrentam um maior risco de fome.

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Cientistas observaram 20 ursos polares ao longo de um período de três semanas durante o verão ártico, observando as formas como tentavam conservar energia. Apesar de descansarem, procurarem por alimentos e forragearem por alimentos alternativos, todos eles perderam peso rapidamente. Eles pesaram os ursos antes e depois do período de estudo e, em média, descobriram que cada um deles perdeu quase um quilo por dia.

“Os ursos polares não são ursos pardos usando casacos brancos”
Enquanto os verões no Ártico se tornam mais longos devido às mudanças climáticas, alguns cientistas pensaram que esses animais poderiam se adaptar a viver em terra firme por períodos prolongados, agindo como seus parentes ursos pardos.

Muitos dos ursos polares machos deitaram-se para conservar energia, queimando calorias semelhantes às queimadas durante a hibernação. Outros ursos foram procurar alimentos, comendo carcaças de pássaros e caribus, algas marinhas, bagas e gramíneas.

Mas nem descansar nem adaptar sua dieta permitiria que os ursos polares existissem em terra por longos períodos de tempo, afirmam os autores do estudo.

“Mesmo aqueles ursos que estavam forrageando perderam peso corporal na mesma taxa que aqueles que se deitaram”, explica Charles Robbins, diretor do Washington State University Bear Center e coautor do estudo.

“Os ursos polares não são ursos pardos usando casacos brancos.”

Ursos polares não se adaptam bem ao tempo passado em terra
Os ursos polares passam a maior parte do tempo no gelo marinho, onde caçam focas, capturando uma para comer a cada poucos dias. Em terra firme, os alimentos que podem encontrar têm um teor calórico muito mais baixo – eles não têm o teor de gordura necessário para sustentar os ursos.

Os cientistas também descobriram que os ursos tinham dificuldade em comer as carcaças que encontravam enquanto nadavam na água.
“Os alimentos terrestres lhes deram algum benefício energético, mas, no final, os ursos tiveram que gastar mais energia para acessar esses recursos”, diz o autor principal Anthony Pagano, biólogo de vida selvagem de pesquisa do Programa de Pesquisa de Ursos Polares do Serviço Geológico dos EUA.

À medida que os períodos sem gelo se tornam mais longos, o estudo sugere que os ursos polares em todo o Ártico correm o risco de morrer de fome. E o número de ursos polares já diminuiu em cerca de 30 por cento desde 1987.

“À medida que os ursos polares são forçados a ir para terra mais cedo, isso reduz o período em que normalmente adquirem a maioria da energia de que precisam para sobreviver”, acrescenta Pagano.

“Com o aumento do uso da terra, a expectativa é que provavelmente veremos aumentos na fome, especialmente com adolescentes e fêmeas com filhotes.”

Redação Revista Amazônia

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